quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pelourinho

Pelourinho Salvador Bahia






Passam os anos, mas nos becos ainda se sente os doridos gritos

Esquecidos entre casarões e monumentos a dor ainda ecoa

Liberdades ali negadas, com corpos dilacerados tingiram a praça, com sangue.

Olodum rufando seus tambores anuncia festa, mas prenuncia

Um novo tempo sem chibatas, troncos e maldades, nas suas melodias

Rufam tambores todos dançam, enquanto negras mulheres trançam

Incríveis e interessantes desenhos afros nas cabeças brancas

No largo do Pelô, hoje as cores se misturam aos olhos desconfiados de Zumbi, que

Herói questiona: admiram a arquitetura, mas sabem da escravatura?

Olodum repiquem os tambores! Que os deuses negros já descem a ladeira.







Toninhobira.

Publicado no Recanto das Letras.

2 comentários:

  1. Um acróstico com a marca de seu talento inconfundível./ Lá em Mariana, cidade onde morei, o pelourinho é tratado como um monumento que só os guias turísticos dão notícia. A população sequer tem conhecimento de seu singnificado. Já foi ate mudado de lugar por estar "atrapalhando a praça da matriz". Abração. paz e bem.

    ResponderExcluir
  2. Nossa! Um acróstico belíssimo e emocionante encontrei aqui... Deuses nêgros... Isso é inspirador, porque eu os vejo sempre em meus sonhos... A escravatura é algo que me angustia, como se eu tivesse presenciado essa época tenebrosa, desumana... Amigo querido, bjsss

    ResponderExcluir



Obrigado pela sua visita.
Alguma dificuldade ou desconforto neste blog como tamanho de fonte, dificuldade de comentar, links maliciosos etc favor comunicar para corrigir.
Caso não tenha um blog poderá comentar como anonimo e no fim colocar seu nome ou não para que possa agradecer.
Fique a vontade!
Meu abraço de paz e luz.