Mais
um ano termina com ele nossos sonhos, que nos acompanharam por todo ele, como
amuletos. Fizeram nos crer em dias melhores aos quais nos dedicamos perseverantes
na construção como bravos trabalhadores. Convivemos com amigos que se apagaram
ao longo da viagem e nos deixaram saudades. Alternamos entre risos e lagrimas.
Viver
é teimar. Teimar no amanhã da nova realidade, azeitar as rodas da humanidade contra
a inércia e ineficácia de um sistema opressor e gerador de misérias e violências.
O sistema é culpado sim. Nossos sonhos se alargaram para dar mais sentido à
nossa viagem neste trem que nos uniu e sentimos mais reais que virtuais nas
plataformas das estações. É certo, que numa delas arriaremos as malas. É o ponto
final da viagem.
Nesta
viagem às vezes nos torturamos em busca de sonhos, que julgávamos inconcebíveis.
Sentimo-nos como um rio, que secou ou uma estação onde o trem não deixou de
passar. É preciso ter sonhos nesta viagem pelos trilhos das fortes emoções. Maravilhoso
estar na janela e poder registrar cada encantamento dos olhos e do coração.
Estamos
desta viagem, alguns com farta bagagem, outros com a mínima, pois não se
permitiram amar, abraçar, conhecer novas pessoas, novas emoções. Apenas pongaram
no trem e desceram vazios. Gente que esperará um novo trem, onde possa
reencontrar o sentido da vida.
Despedimos-nos
aqui na estação 365 com um “até breve”, pois o novo trem 2017 está chegando, sinto
cheiro da fumaça, ouço o apito. Pela correria parece que ninguém quer ficar de
fora desta viagem. Então eu os convido para um café e logo seguirmos neste novo
trem.
Obrigados
de coração pela companhia em 2016.
Toninho
31/12/2016
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Que a gente possa se
encontrar em 2017.