Vi
uma menina correr pela areia da praia. Encantada com sua sombra buscava prende-la,
mas notava que corria e parava com seus movimentos, era linda a cena da menina
em sua inocência.
De
longe admirava sua destreza e equilíbrio numa areia, que já se sentia quente
para uns pezinhos de pele tão fina e assim fiquei a filmar a menina e sua
sombra deslocando pela praia, ela não demonstrava medo da sombra que brincava
com ela, era toda curiosidade.
Percebi
que próximo havia uma mesa com algumas pessoas para onde a menina sempre olhava
e sorria. Notei que eles faziam gestos para a pequenina, que sorria e corria ainda
mais na caça à sombra, era tudo um misto de ternura e vigilância daqueles, que
estavam à mesa.
De
repente notei que ela esquecera sua sombra. Vi que ela estava pisando nas
pegadas deixadas sobre a areia. Ela pisava em cada uma como se soubesse brincar
de Amarelinha. A menina parava em alguma das pegadas e olhava a do lado e
mudava de pisada, de longe parecia que procurava um tesouro, pois se agachava e
ficava minutos olhando e depois seguia outras.
A
menina corria de pegada em pegada às vezes caia sentada, mas não chorava e os olhos
da mesa esperavam a reação e ela levantava e seguia na sua busca pelo tesouro. Eu
de longe já tinha certeza disso. Com as
pegadas se aproximando da mesa, notei que seu sorriso era mais estridente em
sintonia com a festa do pessoal da mesa, quando alguém da mesa gritou:
_Vem
Marina corre para vovó e vovô!
Assim
foi que pisando nas ultimas pegadas, deu uma corrida mais veloz, pois a areia já
esquentava seus pezinhos e pulou nos
braços da vovó, que fora ao seu encontro saindo de um sombreiro com uma mamadeira
com agua gelada. Então vi que as pegadas, a levara para o seu precioso tesouro,
que eram seus avós.
Toninho
25/08/2017
Inspiração para o projeto Botando a cabeça para funcionar da amiga Chica com inspiração livre na imagem acima. Conheça e participe.
Um bom fim de semana
para você.