sábado, 11 de agosto de 2018

No espelhar.


Poetizando e encantando um projeto semanal da professora Lourdes com inspiração livre para uma imagem. Conheça e participe e prestigie belas inspirações por lá filosofandonavidaproflourdes, minha escolha de imagem esta semana é uma forma de homenagem ao meu pai e à todos os pais neste domingo a eles dedicado no calendário do Brasil.


Olhar vem saudades do meu velho,
naquele milharal plantado no sitio.
Foi lá que recebi dele este conselho:
Cuida da terra, vem dela o plantio.  

Aprendi sobre mudança do tempo,
sorria feliz com as nuvens escuras,
do sol aprendi o que é contratempo,
como a seca do chão na semeadura.

Com o meu pai aprendi na colheita,
que milho ruim também tem valia,
ao passar na moenda mais estreita,
vira item do mingau na noite fria.

Entendi na vida, o que é o espelhar,
no meu pai as melhores referencias.
Que nada na vida o possa quebrar,
para minha travessia de coerência.

Toninho
11/08/2018


Um feliz dia 
para todos os Pais do Brasil
em especial ao meu
em algum lugar.


domingo, 5 de agosto de 2018

Um chuá-chuá contido.


Poetizando e encantando um projeto da professora Lourdes que acontece aos domingos, quando ela oferece umas imagens para poetizar e lhe convido a conhecer e participar e conhecer as inspirações que por lá fluem, vamos lá: filosofandonavidaproflourdes. Minha imagem escolhida e inspiração um tanto saudosista pois fui menino lá do mato e com critica da devastação que o progresso impõe sobre a natureza. Confira.


Onde eu nasci passava um rio cristalino,
com o nome Rio de Peixes fora batizado,
nele banhava e pescava desde menino,
o rio que passava os peixes no passado.

O casarão era lindo de um branco total,
de longe podia ver sua varanda no azul
que se debruçava sobre o belo roseiral
mas tocar nas rosas era o fogo no paiol.

Lembranças deliciosas a branca fumaça,
traz de um fogão a lenha sempre aceso,
caldeirão de ferro cozinhava uma caça,
o cheiro bom exalava naquele endereço.

Mas um dia meu rio amanheceu doente,
vi peixes mortos lançados no capinzal,
todas rosas murcharam estranhamente,
lagrimas rolavam diante ato irracional.

Da varanda via o rio secar lentamente,
ja as anelas azuis fecharam na solidão,
vi a borboleta vir bailar tão docilmente,
pousou no meu ombro como consolação.

O rio que passava o peixe já não existe.
No leito só seixos se salientam polidos,
nas rodas do carro de boi a gemer triste.
O menino ouve os chuás-chuás contidos.

Toninho
05/08/2018

No outro blog tem poesia nova:toninhobira.blogspot


Para todos
um feliz
domingo 
Uma semana de paz.