sábado, 3 de dezembro de 2011

Viver como pássaros.








Imagem Google





Viver como um pássaro.


Amanhece nesta selva maliciosa
Livre salto do voo pela liberdade.
Parte como pássaro pela cidade
Voo entre prédios, viagem perigosa.

A casa uma gaiola gradeada insegura
Na rua deserta perigo a cada esquina
Cada passo um disparo de adrenalina
Triste viver na cidade com armadura.

Viver como pássaro em canto tristonho
Na copa da arvore exibir belas penas
Diante da multidão, o olhar medonho.

Silencio instantâneo que pára o tempo
Um estampido ecoa pela manhã serena
Vermelhas penas manchadas no vento.


Toninho
27/11/2011

Um belo fim de semana a todos.
Que a liberdade seja nossa fiel companheira.
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Inspiração da Elisa T.Campos : http://pintandohaikai.blogspot.com/
Por isso amanheço com os pássaros, sorvo o perfume das flores enquanto vejo colibrís se alimentando das seivas dos camarões-amarelos.
Os lírios das esquinas com cheiro de ervas não nos servem e proliferam dia-a-dia perdendo mais cores.
Os estampidos de outras esquinas ressoam, ressoam
fazendo calar as tardes das andorinhas.
Acuados
Amedrontados
Até quando?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A gente se acostuma.






















É sabida do ser humano, a tendência a se acostumar às situações, que a vida se lhe apresenta. A cada etapa de nossas vidas somos colocados aos desafios. De saída enfrentamos a situação de conviver com nossos primeiros medos e frustrações, aventuras. O medo de cair pela falta do equilíbrio, vem o engatinhar. Inversa/inocentemente tem-se a coragem para agarrar o rabo de um felino ou mesmo de um cachorro, ou se aventurar descer perigosas escadas. Ali tem inicio da famosa proteção assistida dos pais, tios, avos ou babás.

Acostumamos a ter proteção vigiada, entregamos a ela sem perceber, que ela um dia vai embora. O medo de errar nos persegue ao longo da vida, que às vezes nos impede de buscar novas aventuras e sucessos, vamos acostumando a fazer com que nos pareça mais fácil ou menos perigoso, como numa escala inconsciente de risco, que fica enraizada em nosso subconsciente. Creio que aí, originam-se nossas frustrações, nossos fantasmas, que nos assombrarão pela longa jornada. 

Nesta longa caminhada deparamos com uma vida nua e crua a ser vivida, quando aquela mão já não nos ampara. Os modelos que se apresentam nos chocam. É quando passamos a não querer mais, a acostumar com os parâmetros impostos por nossas famílias, igreja, escola e a sociedade. Tempo de apurar nossas vocações profissionais e políticas. Justamente neste momento é que muitos se perdem, pela falta da base. Muito comum ver pessoas estiradas pelas estradas da vida nesta etapa, onde as proteções não se evidenciam, e às vezes nem são aceitas. Neste momento, que muitos se perdem pelas drogas, alcoolismo como sendo um caminho mais fácil da alienação perante as dificuldades. Processa-se então a total negação.

Acostumar transforma-se numa perigosa entrega às apatias tão comuns, quando a pessoa se sente incapaz de lutar contra a desordem familiar, social, política e econômica. Passamos a ser vitimas deste rolo compressor. Vive-se no limite da razão, neste período alguns se engajam a uma tendência política e ou filosófica, ou mesmo buscam filiação partidária. Há registros até mesmo de casos de suicídios nesta fase em que tudo parece não ter solução, quando o pensar extremo invade seres nas suas buscas, que culmina com tirar a própria vida. Desilusão total.

Aceitar e acostumar são as novas inquietações, na fase que entramos numa espiral existencial, quando somos levados a uma função no sistema produtivo. Nesta miscelânea entramos no ápice da vida profissional e começa a ter de aceitar péssimos gerentes, imbecis dirigentes tudo em nome da sobrevivência e defesa do pão nosso de cada dia. Nessa jornada, aceitamos a pobreza do pensar geral do salve-se quem puder. Já não somos seres racionais na integridade e essência, assim desfilamos pela vida, a nutrir nossas mais terríveis decepções e frustrações, pela incapacidade de resolver as questões cruciais humanas e sociais. Processa-se a insatisfação.

Assim é preciso uma ação multiforças com sabedoria, na preparação de nossas crianças, nossos jovens na maneira de se conduzir na longa jornada. Nesta ação de mãos dadas entre famílias, escolas e comunidades, inclusive num arrastão trazer a igreja, para uma perfeita orientação vocacional e de vida, para exercício de fazer prevalecer os melhores e capazes, na condução dos processos. Criar a responsabilidade política e fazer mudar todo pensar no exercício de uma função política. Processa-se a reflexão.


E penso, que se assim procedendo, teremos homens melhores e pessoas mais felizes.


Toninhobira
15/06/2010  

Uma reedição.

Comentário Único de Jose Claudio (Cacá), que anexo à postagem.

“Toninho você tocou com uma fina dose de talento, num assunto que acho ser o grande responsável por tantas mazelas no nosso cotidiano. A falta de preparo das pessoas para enfrentarem a vida depois de se desgarrarem das "tetas" que os geraram. O incitamento quase obrigatório ao sucesso e o apelo exagerado para se obter bens como forma de se legitimar, como gente, junto com a ausência de idealismo, são, a meu ver, os causadores dessas angústias que norteiam pensadores lúcidos como você. Oxalá esta sua crônica seja lida por muitos e muitos e muitos e refletida bastante. Muito importante e sábio tudo o que você disse aqui. Meu abraço. paz e bem”.