Não vale chorar.

 

Foto de pintores com pés e boca- Calendário de janeiro de 2022, com as imagens do calendário destes pintores a Norma nos convida para inspirar um conto. Conheça e participe aqui pensandoemfamilia.com.br Abaixo minha participação sem realidade, mas que pode servir de alerta para esportes radicais.

Não vale chorar.

Logo após formatura o grupo de amigos marcaram viagem para uma praia como despedida da universidade. Escolheram uma cidade praieira no Nordeste. Lá viveram belos dias de total descontração com muito sol e noites infindáveis nos barzinhos da orla.

A praia era maravilhosa com tudo de bom para os jovens formandos, afins de se divertirem, como se o mundo fosse acabar. E foi assim, que numa manhã, Jurandir o mais afoito deles, pegou uma prancha, queria encontrar as ondas gigantes, diante os olhares reprovadores da turma.

Uma onda veio e nela ele como um barquinho de papel, fora arremessado contra umas pedras. Fatal acidente, lesão seríssima atestada pelo médico socorrista. A festa virou solidão, o dia lindo de sol, desbotou-se perdeu a cor.

Levado para a capital, a família sofrida tudo fez, mas acabou aceitando a nova condição do Jurandir. Este movido de força estranha, resignou-se, não se mostrou arrependido. Pediu à família o contato com uma entidade de apoio aos deficientes físicos. Lá se fez tão bom aluno, como se fez engenheiro.

Quando completou cinco anos de formatura e viagem, ele surpreendeu os seus velhos amigos, marcando um encontro em sua casa. Cada um já estava numa atividade em cidades e estados diferentes, mas conseguiram reunir na data marcada na casa de Jurandir.

Quando estavam juntos na varanda, a mãe de Jurandir apareceu com quatro telas de uma pintura feita com a boca, retratando o encontro na praia antes dele entrar no mar para surfar. Ninguém chorou e juntos o abraçaram, que sorria para eles, mostrando feliz com eles eternizados na tela supra.

 

Toninho

16/01/2022

Apenas uma ficção para uma imagem.

Grato e feliz semana.