Semanalmente nossa amiga Ailime nos oferece flores de sua caminhada pela Sintra, que encantam e inspiram, que seja uma homenagem à sua generosidade. florida.
Botando a cabeça parafuncionar é um desafio da Chica de todos os dias 5, 15 e 25 para uma imagem escolhida e postada no seu blog chicabrincadepoesia. Participação livre de regras com postagem ou em comentários. Veja links dos amigos.Abaixo minha analogia participação.
Elo partido
Eram oito moleques na
rua de terra vermelha. De idades idênticas estavam sempre juntos nas
brincadeiras, no futebol, ou mesmo quando tinha uma tarefa doméstica, se ajudavam mutuamente. Eram como elos de uma corrente os meninos descalços da rua
vermelha.
Na escola sempre juntos
ocupavam as últimas cadeiras, sob olhares atentos da professora. Às vezes aprontavam bagunças, levados ao castigo
na sala da diretora. A pena era rezar o terço ajoelhados, que eles nem sabiam direito a Salve Rainha.
No futebol era o time Os
Oitos Imbatíveis, sempre campeão dos torneios no campinho da vila. Naquele ano na decisão do torneio, tiveram problema com a doença de um dos moleques. Para eles foi um
rompimento de um elo da corrente, que fragilizada perdeu segurança e funcionalidade.
Nesta decisão foram
derrotados. O elo substituto não tinha afinidade com eles, foi uma dura lição
para eles. Aquela corrente inoxidável agora com um elo partido era apenas um
grupo de sete meninos comuns.
Depois da derrota
passaram a interagir melhor com os outros meninos e a corrente aumentava cada
vez mais segura com novos elos agregados. A prepotência deu espaço para uma
humildade. Este comportamento teve reflexos na escola, que a professora
reconheceu e foi comentar com elogios junto à diretora.
Uma palavra, um conto é uma iniciativa da Norma para incentivar mini contos. Uma palavra é dada para o desenvolvimento no blog pensandoemfamilia. Siga e veja links dos amigos participantes. Abaixo da imagem a minha participação.
Numa cidadezinha
qualquer vivia Mariazinha, que gostava de ensinar ler e escrever os meninos
pobres da vila, numa pequena sala de sua casinha. Sem técnica de pedagogia, tinha
apenas os primeiros anos do fundamental, mas lia muito jornais e revistas.
As doações de livros e
revistas chegavam à sua casa, que ela rapidamente lia. Após ler e copiar
algumas passagens, ela deixava o livro em algum lugar, que alguém pudesse levar
e assim mais pessoas teriam o acesso à leitura.
Sem saber ali plantava asementedo prazer de ler e
compartilhar, pois dentro do livro, ela deixava um bilhete, para a pessoa fazer
o mesmo. Na cidadezinha as pessoas comentavam sobre os livros deixados para
serem lidos.
No domingo pelo adro da
igrejinha Mariazinha viu uma linda casinha presa num poste. Curiosa olhou de perto,
viu que dentro tinha alguns livros usados. Ela sentiu uma grande alegria, lembrou
do primeiro livro deixado numa praça, que agora o reencontrava ali.
Sorrindo e emotiva pegou
o livro e o reverenciou como um troféu e disse baixinho, este é a semente de todo processo de leitura.
Descendo a rua, percebeu que mais casinhas como aquela, estavam nos postes e
muros das casas como caixa de correspondências. A sua sementetinha produzido frutos maravilhosos, que ela nem em sonhos
imaginara saborear.
Umaimagem, uma trova uma BC de todo fim de semana criado pela nossa amiga Lúcia, que apresenta uma fotografia em seu blog brincadeirasdepoetas, onde tem os links dos amigos trovadores. Confira!
Botando a cabeça parafuncionar é um projeto da Chica para leitura de imagens todos os dias 5, 15 e 25 para inspiração livre em postagem e ou comentários. Visite Chicabrincadepoesia e veja outros amigos que participam. Para hoje a imagem abaixo e minha leitura.
Uma lição na dor.
Na histórica cidade de Santana
um casal octogenário, chamava a atenção pela presença marcante em todas as
festividades. Passos lentos de mãos dadas lá estava Amâncio e Dorinha com um
sorriso a cumprimentar a todos.
Naquela noite natalina
chovia copiosamente, a missa do Galo era tradicionalmente à meia noite. Quando
terminava, eles sempre levavam um convidado para a ceia junto com filhos e netos.
Estes moravam na capital e devido tempo chuvoso e rodovia interditada, adiaram
a viagem.
O casal não deixaria de
ir à missa, assim munidos de sombrinhas, seguiram para a igrejinha acompanhados
do fiel Cutelo um cachorro de rua adotado. Pela rua eram admirados debaixo da
chuva em direção à igreja.
Depois da missa
voltavam silenciosos sem um convidado, a chuva aumentara. Quando passavam pelo
casarão, viram um mendigo abrigado sob a marquise. Pararam junto dele e
tabularam umas conversas e decidiram o levar para a ceia. Os filhos ligaram
para desejar Feliz Natal e não gostaram da ideia dos pais.
Quando amanhecia, deram
ao mendigo uma cesta com várias guloseimas e se despediram. Quando estava
alguns metros da casa, ouviu gritos desesperados da Dorinha. Voltou correndo, viu
Amâncio enfartando. Gritou para um carro, que passava e fez massagens no peito
dele até o posto médico. O médico elogiou as ações rápidas do mendigo, que ajudou
salvar Amâncio.
Os filhos quando souberam
da notícia, deram um jeito de chegarem à Santana. Conheceram o mendigo. Em
agradecimentos alugaram um pequeno barracão e conseguiram o emprego de gari e
prometeram enviar uma cesta de alimentos mensalmente, até ele se firmar na vida.
O Amâncio recuperado,
toda semana chama o mendigo para um café no fim da tarde. Sorri silenciosamente
a lembrar a bronca dos filhos pelo convite ao mendigo na ceia.
Desafio poetizando somente com uma letra, é proposta da querida amiga Gracita em seu blog sonhosepoesias onde pode acessar links de outros amigos participantes. Vai ser uma bela viagem confira. Neste primeiro somente a letra A. Abaixo minha inspiração. Confesso que entendi erroneamente e tornei mais difícil o desafio, sendo assim fiz na realidade um poema onde todas as palavras só continham a vogal A. Mas vou ainda tentar construir um poema as palavras iniciam com letra A. Minhas desculpas Gracita e participantes.
Clara alva alma.
Falava, mas nada acalmava
na sala a Clara para calada,
salva faz a trava na aldrava.¹
na alva cama lança cansada
Na manhã alcança a tal paz,
dança abraçada às palavras.
na taça chá da maçã a apraz,
já nada faz falta lá para trás.
Clara lava a alma na trama,
a dança chá-chá-chá na sala, ²
para balançar canta samba,
tamanha graça a cada fala.
Nada a barra para a batalha,
armada agarra na alavanca.
A cantar abranda cada falha,
canta tal qual a Asa branca.³
Toninho
29/10/2024
Grato
pela leitura
Notas:
1- aldrava:
Barra que gira em torno de um eixo e serve para fechar uma porta por pressão de
uma mola ou pelo próprio peso; aldraba, tranca.
2- Chá,chá,chá:é uma dança latino-americana originária de
Cuba, construída sobre a música homónima.
3- Asa Branca:
A pomba-asa-branca é uma ave columbiforme da família Columbidae. Conhecido
pelos nomes populares de: asa branca, legítima, ligiti ou pomba-ligiti (derivado.