sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Pelos olhos de Isolda










Os olhos ilustram uma linda cordilheira,
Com lágrimas confusas alegria e dor,
No ventre a embalar a filha primeira,
Num Chile já grávido por um ditador.

A matinal beleza Andina compartilha,
Com o filho de colo no bosque a passear,
Colhendo pêssegos e flores como a malva.
Talvez assim escondesse seu duro penar.

As nuvens sobre a cordilheira a lembrança,
Como um véu de noiva sonho de mocinha.
Levava no peito uma derradeira esperança,
Criar filhos livres ao som de uma ladainha.

Pouco ou nada sabia da cruel realidade,
Que castigava e apavorava o seu amado,
Que pela ditadura com sua perversidade,
Sob o signo do terror para lá fora exilado.

Tão cedo os olhos perderam o encantamento,
Das manhãs com seus flocos da brancura.
Logo sentiu crescer a pressão do banimento,
Nos olhos de ternura o temor da ditadura.

Da cordilheira trouxe a fecunda semente.
Descerrou a bandeira branca da liberdade.
Jogada num avião fora banida cruelmente,
Para longe do que sonhara ser felicidade.




Rubens Lemos 
marido de Isolda.







 
Toninho
26/09/2012.

Inspirado na leitura do livro “Do ventre da Cordilheira_Uma carta a Yasmine”. Um livro emocionante de leitura rápida, simples clara. Você vai se emocionar com relatos de uma alma mulher, mãe sonhadora, que queria criar seus filhos e ter uma vida normal ao lado de seu amado, uma vez que no seu país (Brasil) lhe fora negado o direito de ser e ter seus pensamentos de liberdade e igualdade. No livro não encontrará detalhes dos horrores de uma ditadura com todos seus mecanismos de tortura como já vimos em outros tantos editados. Mas poderá sentir o que foi viver sob a nuvem negra após o Golpe de 1964. Uma leitura necessária para que se tenha consciência, desta mancha vista pelos olhos de uma pessoa simples, que apenas tinha como arma seu coração de mulher e mãe. Somos gratos a Isolda por compartilhar seu diário ilustrando assim uma página infeliz de nossa historia e que faça clarear a consciência de não permitir um retrocesso na historia deste país.

Para aquisição use o email: yasmine.lemosrn@gmail.com ou clic na imagem da capa do livro na margem direita do blog conheça o blog da Yasmine.
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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Manhãs mortas












 



Trouxe-te beijos ornados com flores.
À tua boca fez-se beija-flor na dança,
E plaina em lembranças de amores,
Sedentas e silenciosas na esperança.

Sofreu com seu coração a certeza,
Onde pululavam todos seus desejos,
Mas mortos em meio à sua frieza,
Fez sufocar na mente sonhos e beijos.

Queria não fosse real todo o lamento,
Que liberta versos tristes na canção,
Nesta alegria despetalada no vento,
Abriga no seu peito apenas a ilusão.

Entre o seu olhar perdido do querer,
Nasceu olhar esmolado da ansiedade,
Desesperado nas manhãs deste sofrer,
Quando do amor perde a cumplicidade. 

Toninho
21/09/2012


Nesta quarta estou por lá num encontro com amigos,
passe por lá  e entre na conversa e tome um cafezinho.
Acessar pelo link abaixo
http://pensandoemfamilia.com.br/blog/serie/ponto-de-encontro-6-toninho/

domingo, 30 de setembro de 2012

Mindim_Viagem encantada


Vejo
O trem
Que vai.

Lento
Ouço
Seu som.

Segue
Como
Cobra

Pelos
Trilhos
Lisos.

Assim
Pelas
Manhãs

Fica
O guri
A contar

Lambe
Cada
Dedo.

Assim
Nunca
Erra.

Olhos
Fixos
Sonha

Ainda
Guiar
O trem.
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Exercicio numa nova estrutura poetica, detalhes na foto abaixo.
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