Ainda mora na minha mente uma casa,
Orlada por frutíferas e frondosas arvores,
Pelas manhãs variados pássaros em festa,
Na mais linda e harmoniosa cantoria.
Lenta a mente vê uma varanda florida,
Onde repousa a imagem terna da mãe,
Ali com seus olhos já cinza observam,
Ao longe o verde campo ao pé da serra.
Viagem dos pensamentos como resgate,
São belas lembranças de minha infância.
De encantamento no seio da natureza,
Que na distancia resta apenas a imagem.
Uma fumaça branca ao longe anuncia,
Com aquele cheiro que vem e alucina,
Do bolo de fubá grosso com erva doce,
Assado em folhas verdes da bananeira.
Num forno caseiro que absolve o pecado,
Com os olhos da gula com sofreguidão.
Bebia da água que nascia das pedras,
Que girava moinho e regava a horta.
O café maduro que secava pelo terreiro.
Café preto era adoçado com rapadura,
Da cana de açúcar moída na engenhoca,
Ainda sinto prazer na boca da doçura.
Vejo meu pai na distancia acenar o lenço,
Sempre montado no belo cavalo alazão,
Fiel companheiro na dura lida da lavoura,
Ouço ao longe o cavalgar no trote certeiro.
Como não se lembrar daquelas senhoras,
Com longos vestidos e avental com bolso,
Que entoavam cantigas na colheita do café,
Como a oração que agradece pela fartura.
Quando um cheiro intimo de bom café,
Vem anunciar para novo dia na cidade.
Então me agarro às ultimas lembranças,
Com aquele olhar inquieto na realidade.
Toninho.
10/01/2013
Orlada por frutíferas e frondosas arvores,
Pelas manhãs variados pássaros em festa,
Na mais linda e harmoniosa cantoria.
Lenta a mente vê uma varanda florida,
Onde repousa a imagem terna da mãe,
Ali com seus olhos já cinza observam,
Ao longe o verde campo ao pé da serra.
Viagem dos pensamentos como resgate,
São belas lembranças de minha infância.
De encantamento no seio da natureza,
Que na distancia resta apenas a imagem.
Uma fumaça branca ao longe anuncia,
Com aquele cheiro que vem e alucina,
Do bolo de fubá grosso com erva doce,
Assado em folhas verdes da bananeira.
Num forno caseiro que absolve o pecado,
Com os olhos da gula com sofreguidão.
Bebia da água que nascia das pedras,
Que girava moinho e regava a horta.
O café maduro que secava pelo terreiro.
Café preto era adoçado com rapadura,
Da cana de açúcar moída na engenhoca,
Ainda sinto prazer na boca da doçura.
Vejo meu pai na distancia acenar o lenço,
Sempre montado no belo cavalo alazão,
Fiel companheiro na dura lida da lavoura,
Ouço ao longe o cavalgar no trote certeiro.
Como não se lembrar daquelas senhoras,
Com longos vestidos e avental com bolso,
Que entoavam cantigas na colheita do café,
Como a oração que agradece pela fartura.
Quando um cheiro intimo de bom café,
Vem anunciar para novo dia na cidade.
Então me agarro às ultimas lembranças,
Com aquele olhar inquieto na realidade.
Toninho.
10/01/2013
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Tira duvidas:
Tira duvidas:
1-Engenhoca: maquina rudimentar de moer cana, feita com dois troncos de madeira com entalhes para criar atrito no esmagamento da cana é movida por duas pessoas.
2- Fubá grosso é obtido em moinho rudimentar onde a moenda é de pedra, é girado pela força da água. Também conhecido como fubá de moinho d’água.
3- Rapadura açúcar mascavo em forma de tijolo feito do caldo da cana de açúcar.
4- Alazão: cavalo com cor de canela.
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Uma bela semana para todos nós.
Bom dia Toninho.
ResponderExcluirQue belas e saudosas lembranças você trouxe também para mim!
Para nós que somos filhos da terra, nascidos e crescidos no campo, este teu poema será sempre de uma intimidade linda!
Gosto de vir aqui e sentir que me identifico contigo em tudo.
Obrigada pela visita e simpático comentário em meu blog.
Deixo um abraço forte e a minha amizade com laços eternos.
Sua amiga
Ivany
Oi Toninho mais uma volta ao passado e como é gostoso, e os cheiros é o trais mais recordações eles se misturam desde o cafe´ o bolo assando, o cheiro do lugar o cheiro da terra do mato até das pessoas principalmente da nossa mãe. bom que vais rever tudo de novo, não vai se o mesmo cenário, mais importante e a tua querida mãe estará la. Acho amigo, que as nossas recordações são quase idênticas.Vai o meu abraço Celina
ResponderExcluirToninho, querido amigo,
ResponderExcluirAs doces lembranças que vivem na memória da gente são esses belos momentos da infância que nos transportam para momentos especiais, lembrando cheiros, cores, detalhes, trejeitos, família e felicidades.
Maravilhosa é tua poesia!!
Beijos!
Hum, bolo de fubá com erva-doce junto com cafézinho caseiro, cantado em doces versos inspirados em lembranças queridas.Que tarde memorável, amigo Toninho.
ResponderExcluirAbraços,
Calu
Seu post trouxe boas recordações para mim.
ResponderExcluirÉ muito bom estar aqui de novo amigo, obrigado pela sua companhia.
Uma boa semana para vc.
beijooo.
Oi meu poeta ,como vai?Ah uma casinha...Ah eu vou ler de novo,hihi.Bju no coracao.Lu.
ResponderExcluirAi, Toninho que coisa mais linda esse post!
ResponderExcluirObrigada pela música do meu querido Beto Guedes, sempre rolou na vitrola da minha juventude.
E seus versos, beleza, vou ler pra minha mãe quando ela aqui estiver, vai amar e relembrar.
bjs cariocas
Voaste lindamente nas tuas recordações e trouxeste tão bem até nós que parecia um filme passando... Lindo,Toninho! Encantas sempre! abração praiano,chica
ResponderExcluirBom dia Toninho!
ResponderExcluirViajei nesse seu doce poetar para um mundo de delícias. A vida simples do campo com os prazeres de um saboroso bolo de fubá acompanhado por um cafezinho fumegante saído do fogão à lenha.
Lindas e doces recordações do tempo da infância aqui maravilhosamente retratadas como uma bela aquarela matizada com as cores da alegria e felicidade. Beijinhos com carinho
Oiii amigo mineirinho, qta saudades estava de ti, café preto adoçado com rapadura, hummm, lembrei da minha avó, que delicia, aliás a sua lembrança é uma delicia, momentos felizes que levamos p sempre na memória! Abraçosss
ResponderExcluirDeu votade de ter vivido essa história também de tão linda e gostosa que foi, mas o privilégio é teu!
ResponderExcluirBeeeeeeijos.
Histórias e memórias traz o seu poema, sintonia com o meu texto de hoje.
ResponderExcluirbjs
Acho que todo mundo se encontra um pouco nessas saudades! Eu então longe de mamãe e papai sinto até o cheirinho do café da minha velhinha linda! Um grande abraço meu amigo, teus escritos fazem bem a alma!bjs
ResponderExcluirOlá Toninho
ResponderExcluirPude visualizar cada cena e o encantamento tomou conta de mim.
Grande abraço
ResponderExcluir¸.•°♡♡
Super lindo!
Bolo de fubá com erva doce, minha avó também fazia...
Boa quarta-feira!
Beijinhos.
¸.•°♡♡彡
Mineirinho, como são preciosas essas lembranças! Estão tão distantes de nossa realidade! Uma vida de prazeres simples e inesquecíveis, que você traduziu em versos, de forma linda. Bjs.
ResponderExcluirRecordações que nos fazem viajar, como se lá estivéssemos, lindo poema meu amigo, boa noite, beijos pra ti!
ResponderExcluirToninho um poema especial que nos faz viajar com você, em uma época que já não volta e como gostaríamos que voltasse, lindo demais beijos Luconi
ResponderExcluirToninho,
ResponderExcluirCruel você hein? Levou-me ternamente a doces lembranças da minha infância... Bolo de fubá com erva-doce, café adoçado com rapadura.. Ah! Que delícia de poema meu querido! Hoje vou ter que matar essa vontade que você me deu de comer estas gostosuras! Viu como você foi cruel? rsrs Gr. Bj.! Agora fico aqui com um olho lá e outro aqui nessa dura realidade... Bj.!
Boa noite, querido amigo Toninho.
ResponderExcluirMenino...
Quantas dessas lembranças, também são minhas!
Êta vida...
Desejo-lhe abençoadas realizações.
Beijos.
Estas recordações se fazem eternas em nossas vidas, abraço Lisette.
ResponderExcluirCaro Toninho
ResponderExcluirSabor de infância é assim: O cheiro do café feito no coador e o bolo de fubá quase pronto.
Uma completa e maravilhosa descrição em poesia da sua infância.
Também viajei ao túnel de minha meninice.
Um bom domingo.