As dores que nunca passam,
que sempre vem nos incomodar,
criam umas confusas palavras soltas,
para esconder estas desilusões e
paixões,
no centro das turbulências dos
sentimentos.
Dores que transmutam ininterruptamente,
que no constante vai e vem sangram,
naquelas incertas noites de outono,
na iminência de severo inverno,
que vem gelar todo coração.
Vem pensamentos de primavera,
Colorindo os olhos de um jardineiro,
que arquiteta zelosamente os canteiros,
arte de cultivar flores para alegrias
e dores,
como lenitivo para estas dores tão pungentes.
Sente dor nas mãos que levam as flores,
quando de dor as palavras engasgam,
diante a imagem sob um véu negro,
de quem partiu e deixou saudade,
são estas dores que machucam.
estranhas utilidades das flores,
que perfumam as mãos delicadas,
mas também murcham abandonadas,
sobre a lápide, fria onde jaz sua
amada,
e nos olhos brotam duas lagrimas
geladas.
Enquanto o coração suporta estas dores,
sua alma se refaz nestas tormentas,
pelas cicatrizes ainda abertas,
escorre para o botão a seiva.
Finda a dor, explode a flor.
Toninho.
16/05/2014
Da série apenas uma inspiração.
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Um lindo fim de semana a todos.