“Na primeira noite eles se aproximam roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: Pisam as flores,
matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o
mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos
dizer nada. ” (Eduardo Alves)
Botando a cabeça para
funcionar é nossa BC de hoje, um projeto da Chica com seu neto Neno todos os dias 5,15 e 25, para uma imagem e inspiração livre, até mesmo uma frase ou pensamento. Confira e participe aqui chicabrincadepoesia
Dizem
que vivemos num mundo cão, uma triste analogia para os dóceis animais na sua
maioria. Mas pode ser também, visto por outro lado, ou seja, a vida ruim que
muitos deles levam pelas cidades, com sérios maus tratos e todos os tipos de
violências, inclusive a maior delas, que é o abandono pelo próprio dono, quando
este já não atende à suas necessidades de vigilância ou por estar acometido de
uma grave doença.
A
inviolabilidade de nossa privacidade faz tempo, deixou de ser uma marca
registrada, em todos os campos ela se mostra cada dia mais vulnerável, seja na
propriedade, ou na sua vida pessoal com os avanços das tecnologias da
informação, inclusive por órgãos que deveriam cuidar desta, ou seja, nossa vida
é passou a ser um livro aberto numa praça pública.
Viver
no mundo cão. Só nos resta é saber qual das duas vidas cão.
Morávamos
em casas com jardins, quintais e todos os tipos de animais numa bela interação/educação
com toda a natureza, desde os primeiros anos da infância e assim aprendíamos a
amar os animais e os elementos da natureza, os cães tinha vida boa, de amor e de
liberdade e ali exerciam uma atividade de vigilância principalmente noturna. É
certo que alguns muitas vezes transgrediam a relação com suas mordidas pela
vizinhança, nestes casos estes mais ferozes eram mantidos em correntes, mas com
circulação livre nos limites da casa.
O
tempo girou, o medo cresceu, o homem se perdeu e veio a violação da liberdade e
do direito de ir e vir ficou restrito, foi retirado de nossos direitos
primórdios. Assim nos enjaulamos em cubículos amontoados pelas cidades. Os que
se arriscam em reviver o tempo de morar em casa, logo pensa no velho amigo cão
e os busca como um guarda para sua propriedade. Assim vive-se com o mínimo de
segurança, que ainda assim é sempre violada pelo bicho homem, desalmado, cada
vez mais ousado e assim matam estes cães com seus venenos e ou mesmo com suas
maquinas de tiros e adentram a propriedade para o requinte de terror.
Inviolabilidade
perdida, cão adormecido para a eternidade, a criança que apegada chora a falta
do cão e a volta aos cubículos de cimento e aço em andares cada vez mais altos,
é a única saída na falsa ideia de segurança, pois a violência nos espreita em
cada canto, em cada esquina e o pobre cão se limita a lugares restritos como alguns
raros passeios pelas calçadas, praias e áreas dos condomínios.
Vida
de cão confinado em meio ás gentes de olhares assustados reprimidos pelos
olhares, que espiam e arrepiam cada dia mais na cidade.
Valha
nos Deus!
Toninho
05/06/2019
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Grato pela
visita.
Boa tarde de paz, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirPensamento inicial é lindo e perfeito! Pelo nosso medo, a gente pode matar e ser morto. Aprendi isso e, na hora, fiquei pensativa, mas é uma grande verdade.
A música é uma das mais lindas que ouvi nestes 10 anos... com um conteúdo espetacular. Não me canso de ouvi-la.
"Sem ter feito o que eu queria" (frustrante demais) e podemos dar a outra face mesmo tendo sido 'machucados brutalmente'... mas só com o tempo ísto é possível e com um bom anjo a nos dar um empurrãozinho suave.
Seu texto é poético, por abarcar uma temática profunda e que discorreu o amigo com beleza e lucidez que lhe é peculiar. Estamos à mercê de que nos roubem a paz e é o pouco que ainda podemos ter... Assim mesmo já tentam nos tirar de todas as formas... Temos que ser fortes em Deus.
Como disse, amigo, "Valei-me, meu Deus Amado"!
A vida é linda e a sociedade assiste serena a que seja transformada num 'mundo cão' como bem explicita aqui. Com sua suavidade de poeta, mas com a dor da alma latente na poesia embutida.
Muito lindo momento, meu amigo. Chegando de uma 'manhã de cão', na luta pela sobrevivência pacífica e honrosa a que todos temos o direito.
Tenho lutado por me manter num mundo civilizado que seja dentro de mim... Leveza de alma para este mundo canino que nos querem incutir.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Uma linda participação com a sua reflexão, Toninho! “Mundo cão, valha-nos Deus!”
ResponderExcluirELE é o nosso Ajudador e o Sol da Justiça!!
O nosso abraço
Toninho, tirando o chapéu aqui! Desde o início nas frases bem conhecidas de Eduardo Alves, tantas verdades!
ResponderExcluirFizeste uma bela crítica cheia de reflexão... Na verdade o mundo anda cão mesmo... E há cães com vida muito melhor do que os homens. O que me faz bem ver é quando encontro os ndarilhos, com seus carrinhos e dando prioridade aos cachorrinhos que tem. Tratam muito bem! Se os governos tratassem de seus pobres assim...
Mas, isso é utopia! pena! ADOREI! abração, obrigadão! chica (levei teu link)
Uma perfeita e reflexiva participação, Toninho
ResponderExcluirO jeito é pedir proteção ao nosso Deus.
Só Ele poderá nos proteger, sempre, desta
Vida de Cão.
Uma publicação perfeita:))
ResponderExcluirBjos
Votos de uma óptima noite.
Boa noite Toninho,
ResponderExcluirUm relato primoroso e por demais reflexivo,e é mesmo pra se clamar pela ajuda divina.
Parabéns pela linda participação.
Votos de uma noie de paz e bons sonhos.
Bjs no coração.
Oi Toninho! Eu particularmente não tenho animais em casa, mas me lembro muito bem do pretinho, um cãozinho de pelos negros bastante protetor que tínhamos aqui anos atrás. Infelizmente foi morto por um cão pastor alemão ; uma lastima. Me lembro que fiquei bastante abalado com a morte do pretinho. Animais deixam saudades , quando realmente os amamos.Um texto bem reflexivo e rico, meu caro amigo poeta. Grande abraço mineiro.
ResponderExcluirOlá, Toninho, tudo perfeito, meu amigo! Não adianta, há comparações com nossa vida de criança e de adolescentes. Hoje eu não moraria em casa de jeito nenhum, não me sentiria segura. Estive pensando quando isso tudo, quando essa violência, ainda que bem menor começou. Lembras? Começou com os Hippies, com o uso massificado das drogas, e daí para crescer a violência foi um pulo. Mas não só isso, a política do nosso país também ficou a desejar. E as coisas extrapolaram, saíram dos limites. E deu no que deu, somos um povo acuado. Mas quero acreditar que vai melhorar, precisa haver choques para parar essa violência desmedida.
ResponderExcluirMuito boa, excelente essa tua reflexão, amigo! Adoro Mercedes Sosa.
Beijo, bons dias pela frente!
Tua crônica é bem real, eu em SP vivia em casa, agora aqui em Santos depois da passagem do Luiz, a contra gosto vim para um apto. Não gosto, mas moro sozinha, então na casa ficaria difícil. Tenho receio sim. É uma pena esta situação, a cachorra de minha amiga levou um tiro altura da tempora, mesmo assim foi atrás do assaltante. O rastro de sangue ia do quintal até a calçada quando caiu infelizmente morreu, mas pos o bandido pra correr, era um cão fila, a mais amorosa que já vi, brincava de cavalinho com as crianças e ela incansável os levava passear em seu dorso, claro as criança tinham de 3 a 5 anos. Um prazer ler tua crônica, arrasou! abraços
ResponderExcluirExcelente para se refletir!!! Bj
ResponderExcluirUm texto muito lúcido, sobre a triste realidade deste nosso mundo hoje... que à medida que dizem que avança, mais me parece que anda para trás, em todos os sentidos...
ResponderExcluirUma excelente e assertiva participação, Toninho!
E até cachorro tem de se adaptar à realidade dos nossos dias... aqui no apartamento ao lado do meu... tem um cachorro... fechado e sózinho todo o dia em casa... quando os donos chegam noite cerrada... o pobre bicho, extravasa de uma forma impressionante eufórica, a solidão sentida, todo o santo dia, numa alegria frenética e imparável... acho que isto... também não é nada salutar para um pobre animal... razão pela qual, não tenho nenhum animal, vivendo em apartamento...
Deixo um beijinho e os meus votos de continuação de uma boa semana!
Demorei um pouco a chegar por aqui... o fim de semana, passou-se num ápice, reorganizando as rotinas após o meu regresso da Ericeira... e bem no começo desta semana, começaram os exames e consultas da minha mãe de rotina... esta semana, oftalmologia... para não coincidirem com os de cardiologia... já na próxima semana... mas é apenas um pequeno preço a pagar... se a desejar conservar por cá, mais uns tempos... com alguma qualidade de vida...
Tudo de bom!
Ana
Muito boa e assertiva participação aliás como já se torna habitual, beijinhos e um forte e terno abraço
ResponderExcluirSó me resta repetir a frase com a qual terminou a postagem: Valha-me Deus!!!
ResponderExcluirUm abraço, amigo Toninho.
(Dizem que uma só andorinha não faz verão, mas acho que duas ou três é sinal de que ainda existe sobreviventes)
Corrigindo *Valha-nos Deus!
ResponderExcluirBom dia meu amigo Toninho
ResponderExcluirUma participação bem realista. Até a vida dos cães mudaram. Antigamente eram mais livres. Hoje por falta de amor no mundo muitos são agredidos e abandonados. A violência existe em cada canto do mundo. Só quem nos dá a verdadeira segurança é Deus. Tem momentos que queria está morando em um interior bem simples. Mas para Minh a surpresa até em São Roque um interior simples a violência e as drogas tomou conta e me fez me dá conta que nem nós interiores estão iguais de como eram no passado. Portas abertas etc. Triste realidade. Um feliz dia. Abraços.
Uma análise séria da vida humana e sua relação com os caninos... Uma inspiração admirável traduzida num excelente texto...✨
ResponderExcluirGrata pelos bons momentos de leitura e pelo ótimo som...
«Valha-nos Deus!»
Terno abraço.
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