Poetizando
e encantando em sua 85ª edição nos convida com suas belas imagens inspiradoras e não poderia ficar de fora e você? Vamos lá participar e ler nossos amigos com suas belas construções aqui filosofandonavidaproflourdes incentivar a poesia é a arte da professora Lourdes num processo sem concorrência.Confira.
“Na primeira noite eles se aproximam roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: Pisam as flores,
matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o
mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos
dizer nada. ” (Eduardo Alves)
Botando a cabeça para
funcionar é nossa BC de hoje, um projeto da Chica com seu neto Neno todos os dias 5,15 e 25, para uma imagem e inspiração livre, até mesmo uma frase ou pensamento. Confira e participe aqui chicabrincadepoesia
Dizem
que vivemos num mundo cão, uma triste analogia para os dóceis animais na sua
maioria. Mas pode ser também, visto por outro lado, ou seja, a vida ruim que
muitos deles levam pelas cidades, com sérios maus tratos e todos os tipos de
violências, inclusive a maior delas, que é o abandono pelo próprio dono, quando
este já não atende à suas necessidades de vigilância ou por estar acometido de
uma grave doença.
A
inviolabilidade de nossa privacidade faz tempo, deixou de ser uma marca
registrada, em todos os campos ela se mostra cada dia mais vulnerável, seja na
propriedade, ou na sua vida pessoal com os avanços das tecnologias da
informação, inclusive por órgãos que deveriam cuidar desta, ou seja, nossa vida
é passou a ser um livro aberto numa praça pública.
Viver
no mundo cão. Só nos resta é saber qual das duas vidas cão.
Morávamos
em casas com jardins, quintais e todos os tipos de animais numa bela interação/educação
com toda a natureza, desde os primeiros anos da infância e assim aprendíamos a
amar os animais e os elementos da natureza, os cães tinha vida boa, de amor e de
liberdade e ali exerciam uma atividade de vigilância principalmente noturna. É
certo que alguns muitas vezes transgrediam a relação com suas mordidas pela
vizinhança, nestes casos estes mais ferozes eram mantidos em correntes, mas com
circulação livre nos limites da casa.
O
tempo girou, o medo cresceu, o homem se perdeu e veio a violação da liberdade e
do direito de ir e vir ficou restrito, foi retirado de nossos direitos
primórdios. Assim nos enjaulamos em cubículos amontoados pelas cidades. Os que
se arriscam em reviver o tempo de morar em casa, logo pensa no velho amigo cão
e os busca como um guarda para sua propriedade. Assim vive-se com o mínimo de
segurança, que ainda assim é sempre violada pelo bicho homem, desalmado, cada
vez mais ousado e assim matam estes cães com seus venenos e ou mesmo com suas
maquinas de tiros e adentram a propriedade para o requinte de terror.
Inviolabilidade
perdida, cão adormecido para a eternidade, a criança que apegada chora a falta
do cão e a volta aos cubículos de cimento e aço em andares cada vez mais altos,
é a única saída na falsa ideia de segurança, pois a violência nos espreita em
cada canto, em cada esquina e o pobre cão se limita a lugares restritos como alguns
raros passeios pelas calçadas, praias e áreas dos condomínios.
Vida
de cão confinado em meio ás gentes de olhares assustados reprimidos pelos
olhares, que espiam e arrepiam cada dia mais na cidade.