domingo, 5 de agosto de 2012

Mineirisse das meninas di Minas







Olha a mineirisse das meninas di minas........

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral engordar.
Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é
que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando:
Ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir
para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar:
Só isso?
Assino achando que ela me faz um favor. Eu sou suspeitíssimo.
Confesso:
Esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina
que me ligou por engano, só pelo sotaque. Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem, sabe-se lá por que, abandona-lãs no meio do caminho não dizem:
Pode parar, dizem: "pó parar". Não dizem: onde eu estou, dizem: “ôncôtô”.
Os não mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.
Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro -metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: “cê tá boa”?”Para mim, isso é pleonasmo”. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc). O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar.Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício. Os mineiros também não gostam do verbo conseguir.
Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não
vai chegar a tempo, você liga e diz:- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô. Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer,olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.
Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá porque,"apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros.

Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?".
Traduzo: "E aí, vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos"
completo de uma mineira. Não ouvirá nunca. Eu preciso avisar a língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira.

Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.
Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:- Eu preciso de ir. Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem. Mas que ele existe,existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir".
Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará: Ah, mãe, eu preciso de ir?

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente.
Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: - Ai, gente, que dó. É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão".
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".

Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom vai dizer: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção!
Você não tem, leitora, idéia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?
Capaz... Se você propõe algo ela diz:capaz !!!Vocês já ouviram esse"capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "ce acha que eu faço isso"!? Com algumas toneladas de ironia..
Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó docê".
Entendeu? Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o"nem..."? Completo ele fica:- Ah, nem...O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeitonenhum. Você diz:
"Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?".
Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você émeio burrinho ou é impressão?
A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta,mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples.
O resto do Brasil complica tudo.
É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem... Falando em "ei....".
As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi".
Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...
Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se você, em conversa, falar:

 Ah, fui lá comprar umas coisas... - Que' s coisa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que. Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: - Ele pôs a culpa “ni mim". A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas...
Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!"...
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem seespantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe”, ou algo assim.

*Carlos Drummond de Andrade*



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Acordando com uma saudade danada de Minas. 

Normalmente eu posto aqui só coisas minhas, mas quando leio este moço acima, eu tenho que repensar.
Bom domingo e uma bela semana de alegrias.

Toninho

sábado, 4 de agosto de 2012

Homenagem










Desejo um dia de muita alegria,

Que o carinho familiar seja real.
A cada abraço recebido, a magia,
Festa no seu coração maternal.

Que seja o dia pleno de felicidade
Com flores soltas pelos caminhos
Na alegria que traga a docilidade
Com todos os merecidos carinhos.

Que tenha uma vida de glorias
Que nos revela na sua inspiração
Com seus versos belos nas poesias
Assim como numa linda canção.


A nossa amiga poetisa do Recanto das Letras e do blog :http://blogpoesiaflordavida.blogspot.com.br/
no seu aniversario em 04/08/2012.

Parabens com votos de felicidades sempre.

Toninho.










quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Encantadora de palavras.




Foto Google.




Encantam-se súditas palavras,
Com leve toque de seu cajado.
A pastora de versos certos
Arrebanha poema desgarrado.

Cada suspiro dessa escritora,
Reveste-se de impar beleza,
Vem Deus na ação criadora,
Coloca suas mãos com certeza.

Vive pelo jardim em harmonia,
Nobre poetisa como jardineira,
Poda versos floresce a poesia.

Cascata de poesias na sua galeria,
Inspiração que rompe fronteira.
Assim, perpetua em sua magia.

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Homenagem à amiga poetisa Tânia Meneses do Recanto das Letras, mas que se aplica a muitas que sigo e leio pela blogosfera.
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Toninho.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Crime na escuridão.













Morte na escuridão.

Foi numa noite chuvosa com raios e trovões na cidade pé de serra. A presença de minerais faz com que lá os raios sejam intensos. Coisa de dar medo com a sequência de trovoadas vibrando as janelas das casas. Rua deserta com enxurrada parecendo rio. Por um momento a cidade ficou numa escuridão, após um raio riscar o céu descendo á terra. Com o apagão os sons da natureza se fizeram perceptíveis. Ouvia-se com nitidez o som das águas sobre objetos no quintal. Em meio à fúria da natureza, ouviu-se um grito vindo do fim da rua. Naturalmente devia ser alguém a correr e procurando se esconder da chuva, que não cessava. 

Com o fim da chuva e retorno da energia elétrica, a vizinhança logo procurou empurrar as águas, que acumularam nos alpendres das casas, que eram curtos e com parapeitos, onde as crianças e mesmo adultos gostavam de sentar para conversar e ou namorar. Neste instante alguém gritou, sobre a presença de um morto próximo à garagem da ultima casa. Foi correria geral, mas não era gente conhecida. O sangue e água se misturavam, pela calçada. Uma vizinha cobriu o corpo com um lençol. Podia se ver perfurações de balas de arma de fogo. Todos estranharam não ouvir o tiroteio, pois se notava pelo sangue, que era coisa bem recente.

Junto ao cadáver, uma tampa das baterias de controle remoto e duas baterias pequenas, além das capsulas de calibre 32 foi, que foram recolhidas pela policia técnica. Os moradores em depoimentos negaram ouvir sons de arma de fogo alegando a ocorrência de muita chuva com fortes trovões naquela noite além da falta de energia. 

Pelas perfurações excluía a hipótese de queima de arquivo com execução, pois as balas atingidas ao corpo, não foram direcionadas à cabeça. Não poderia ser assalto, pois a perícia encontrou relógio no pulso e carteira com algum dinheiro e um celular no bolso do defunto. Então diante das evidencias, direciona-se a investigação para roubo, perseguição e morte do ladrão. A polícia com as evidencias e material colhido, estava convicta, que o criminoso era da rua, vitima de assalto à residência durante o apagão, viu o assaltante e o perseguiu, recuperando o aparelho, mas ficando para trás o controle remoto. 

Sigilosamente a policia conseguiu o mandato de busca nas casas próximas. Assim nas incursões em uma delas observou que o aparelho de DVD estava com o controle remoto sem tampa e sem baterias. Diante da coincidência, fizeram uma busca no quintal daquela casa e encontrou no meio da bananeira, o revolver calibre 32 com três balas deflagradas. Mas as pessoas presentes na investigação, afirmaram que não sabiam de nada sobe aquela arma. O caso foi levado para o delegado titular para prosseguir com inquérito e intimações dos suspeitos.

Toninho.

Exercício: Criar um conto policial:
 -Criminoso
- como crime se deu 
- causas

sexta-feira, 27 de julho de 2012

As estações.






Foto Google.







As estações.

O coração não entende de estações.
Mas sente o perfume da primavera,
Quando enfim brotam as emoções,
Alimentos dos sonhos em aquarela.

Chuva fina que a terra molha,
Brotam belos botões no jardim.
Vejo colibris na dança lá fora,
Lindo baile da natureza por fim.

E sofre o jardineiro no outono,
Olhar flores mortas pelo jardim,
Como vidas se apagam num sono,
Fragmentos da saudade sem fim.

Quatro estações que giram a terra.
Vários sentimentos na mudança,
Mas que o perfume da primavera,
É que mais nos afaga a esperança.

Toninho.
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Um bom fim de semana com alegria e paz.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Lagrimas escorrem.











Lagrimas escorrem.

Se com beijos secam as lagrimas.
Embebeda-se nelas todo o desejo,
Que cresce e atinge as máximas,
Pulsações do coração neste latejo.

Cada gota nos trás as lembranças,
De tudo quanto juntos criamos,
Que agora nestas desconfianças,
Sobram cacos de tudo que juntamos.

Assim é o ciúme na sua trajetória,
Que sempre desagrega as relações,
Com o triste fim de uma historia.

E se perde com estúpida oratória,
Deixa órfão o amor com privações,
Para uma desilusão sem escapatória.

Toninho.

Um texto nem sempre traduz a vida do autor, este é criador de situações e emoções como se elas as sentissem. Alguém já disse isto.

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Peço uma corrente de orações pela filha de nossa amiga Celina, do blog "seráquefuieu" que hoje a noite passará por uma cirurgia com as bençãos do Senhor.