segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Iluminados pelas palavras.










Alquimistas de versos dourados.
Os cientistas das causas e efeitos.
Serão fingidores os iluminados?
Não. Apenas ocultam o sujeito.

São eles que nos levam à euforia,
Do amor no tempo adormecido,
Reviram nossa alma com poesia.
Outras vezes apenas desiludidos. 

Homenageio os anjos das letras,
Com historias de dores e alegrias,
Com um poema que nos penetra,
E desnudam nossa idiossincrasia.

Divina arte garimpar palavras,
Em aguas nem sempre cristalinas,
Que transformam em pedras raras
Como um Midas das belas rimas.

Curvo-me à bela criatividade,
Que envolve a mente dos poetas,
Quando inspira na cumplicidade.
Com seu bisturi que nos penetra.

Ah, se o mundo fosse de poesias,
Com cânticos pela não violência
Reinaria no mundo a harmonia,
Como os povos em convivência.

Toninho.
20/10/2013.

Homenagem aos poetas de todos cantos com meus parabéns e carinhoso abraço, pelo dia 20/10 e como ilustração o vídeo clip da poesia de Cecilia Meireles na musicalidade do cantor compositor RaimundoFagner. 
 
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Uma admiração especial ao Fernando Pessoa:


O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que leem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só as que ele não têm
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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Uma boa semana a todos amigos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Amor em agonia.



Dolorida é a relação em agonia,
Finda euforia sem cumplicidade.
Perdidas são noites na insônia,
Nos sonhos apenas as saudades.

Incompreensível fim da chama,
Naquele frio congela a alma,
O vento forte a queda a trama,
Cai o castelo sombra e trauma.

Morre-se uma historia de amor,
Reescrita com versos doloridos,
Deletada na frieza do desamor.
O que plantou jaz emurchecido.

Quando o amor se perde assim,
Restam apenas as lembranças,
Nas noites traiçoeiras sem fim,
Vem com tremor de febre terçã.

E se não bastassem estas noites,
Veem manhãs desconstruídas,
As horas se arrastam em açoite.
Sem amor vidas embrutecidas.

Toninho
08/10/2013.

Compor é além de tudo se colocar na condição. Aí reside a arte, que busco nas construções. Não é fingimento, é inspiração. Às vezes as vivo.
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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Professoras de um tempo.

















Lembranças de minhas mãos travadas,
Que apenas brincavam naquele lugar.
Ai delas se não fossem as abençoadas,
De uma professora para me ensinar.

Longe muito longe vejo uma imagem,
Saias azuis as meninas bem vestidas,
Carregavam seus sonhos na bagagem,
As normalistas estudantes pretendidas.

Hoje perdidas nestas belas lembranças,
Eu as vejo nas escolas como invisíveis,
Sem um respeito perdem-se as heranças,
Da educação com valores inesquecíveis.

Hoje cada palavra que compõe o verso,
Há uma marca daquela sua dedicação,
Pois que ao me abrir para um universo,
Encantaram-se palavras na inspiração.

E hoje quando as vejo nesta humilhação,
Que foram submetidas pelos governantes,
Queima no peito uma grande indignação,
Com a educação de números alarmantes.

Então nos resta a elas uma homenagem,
Como um perdão diante a nossa inércia,
Em assistir das autoridades a sabotagem.
Professor você é tradução da sabedoria.

Toninho
15/10/2013

Em especial às minha amigas blogueiras e professoras.
Uma simples homenagem às professoras de todo o país, que mesmo sem valorização perseveram na missão de fazer do país uma grande nação.
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domingo, 13 de outubro de 2013

Ainda é outono em seu coração.














Não queria o outono em seu coração,
Pois já sinto perfume de primavera,
Com flores na explosão de cores belas
Encanto para as borboletas coloridas.

Sob seus pés crepitam folhas mortas,
No ar um cheiro de terra molhada,
A terra no processo da fecundação,
Mas seu coração é como queimada.

Ah, como queria alegrar os seus dias,
Como o bico do beija-flor flor em flor,
Com a mira certeira de seu coração,
E secar o veneno que provoca a dor.

Mas se as minhas asas não me levam
Para junto das borboletas que voejam,
Então me encanto no canto mavioso,
De um sabiá que pousa na laranjeira.

E numa pena que cai me deixo levar,
Para uma viagem de encantamento,
Pelos campos de jardineiras floridas,
Regresso com a rosa para lhe ofertar.

Toninho.
12/10/2013.