quarta-feira, 29 de agosto de 2012

No coração de uma mulher


Imagem Google










De que me importa estas verdades,
Se já conheço tua mania de mentir,
Com belas palavras doces em iludir,
Nesta tua vida cheia de maldades.

Na tua caminhada só crueldade
A impor no corpo de tua amada
Que sem vida segue tua jornada
Fingi em versos falsa suavidade.

Não te esqueças das mãos de Talião
Recíproca aplicação da atrocidade
Que te impõe na vida a orfandade.

Sorverás o fel na taça da desilusão,
Cada gota com lavas da maldade
Sem mesmo ter o olhar da piedade.

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É preciso ir lá e ver toda verdade.
Pois que as atrocidades continuam 
Com Penha e sem pena. 
Enquanto vida tiver eu vou gritar, sou filho de uma mulher.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

No limite da lucidez e loucura







Policarpo (56) é um cidadão comum bem educado e calmo. Habilidoso encanador e presta pequenos serviços de outras áreas no condomínio, sempre com preços abaixo das empresas prestadoras. Todos gostam de Policarpo, pois ele sempre socorre as pessoas, daqueles chatos problemas domésticos de fim de semana. Atua sempre com bom humor, diz que seu nome é trabalho, por isso mesmo não rejeita chamadas. 

Mora na comunidade próxima com sua pequena família constituída da esposa e um casal de filhos alunos da escola publica. Algumas vezes seu filho (nas constantes greves do ensino publico) o acompanha para já aprender o oficio e não ficar pelas ruas da comunidade, aprendendo o que não presta. Quando isto acontece, as pessoas sempre acariciam o menino com alguma coisa como brinquedo, roupas usadas. Assim é a vida do prestativo, simples e educado senhor. Por isso mesmo alguns o chama de marido de aluguel, mas não gosta dessa brincadeira. 

Numa manhã o Policarpo sentiu tontura no trabalho, assustada a dona do imóvel, ofereceu para leva-lo ao posto medico, ele disse que não era nada. Mas ela não concordou e logo pegou a chave do carro e a sacola de ferramentas dele e seguiram para o posto medico. Lá ela se assustou com o numero de pessoas doentes aguardando atendimento. Foi à recepção, recebeu a senha 28 e viu que estava na numero 05. Sentiu um vazio e tristeza daquela situação. Constantemente ela olhava para o relógio e o placar de senhas inerte. As pessoas reclamavam da morosidade e falta de conforto. O celular tocou e ela saiu ligeiramente da sala. Voltou preocupada e falou para Policarpo, que tinha de ir, pois o filho não teria a ultima aula na escolinha. Ele agradeceu, falou que estava bem para aguardar. Ela olhou pela ultima vez o inerte placar na senha 23. 

As horas passam e a senha 27 às 12 horas é chamada, alivio para Policarpo, que sentia fome, pois tinha saído cedo sem alimentação costumeira. Após alguns minutos a porta se abriu. O coração de Policarpo dá pulos de alivio, seria o próximo. Pega a sacola e prepara para ser chamado. Neste instante uma voz no sistema de comunicação, avisa que o restante das senhas seria atendido após as 14 horas, pois o medico sairia para almoçar. Todos ficaram de bocas abertas com cara de indignação geral. O sangue subiu à cabeça de Policarpo, que num ímpeto de fúria, abriu a sacola e com um martelo, distribuiu martelada pela sala, quebrando paredes, mesas, bebedouro e placar monitor. O homem virou bicho diziam as pessoas correndo. Médicos e enfermeiras fugiram pelos fundos pedindo socorro aos seguranças, que entraram e imobilizaram Policarpo que gritava exigindo respeito dos médicos, que deveriam cumprir horário de chegada e atender melhor o povo pobre. Algemado ele foi jogado numa viatura e levado para a delegacia próxima.

Mais tarde, a senhora ligou para saber da consulta, mas o celular de Policarpo não atendia como fora de área ou desligado. Tentou mais vezes e sem sucesso, dirigiu-se ao posto. Quando chegou se assustou com a quebradeira, no que foi informada da reação súbita do senhor da senha 28. Sem acreditar, ela ratificou a calma e a educação do Policarpo. Então um segurança lhe informou, que ele estava na delegacia do bairro, para se acalmar. Ela sentiu uma pontada no peito. Triste dirigiu-se para o carro, sentou, respirou e ligou para o marido que é advogado e seguiu apressada para a delegacia.

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Apenas um exercicio, mas fatos acontecem frequentemente, porque é real a situação da saude publica e às vezes até na particular(privada).
Cabe policiar nossas emoções nestas situações constrangedoras.
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Uma linda semana para todos.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A menina do rio.


A menina do rio.











A pescaria é uma atividade prazerosa em pequenas cidades onde passam rios ou córregos, mas pescaria de barranco uso de varas. Para muitos um lazer e para outros o sustento da família. Vem desta prática a onda de mentiras atribuídas aos pescadores. Cresci ouvindo as mais estranhas historias das noites de pescaria. Por isso mesmo só pescava pelo dia.  

Na minha região os pescadores eram cheios de crendices. Lembro que alguns tinham por crença, cortar a primeira isca (minhoca) com os dentes para depois coloca-la no anzol, pois assim seria bem sucedida a pescaria e juravam de dedos cruzados, que funcionava e eu cri e obedeci e juro, que foi uma farta pescaria. 

Numa de minhas férias escolares sempre na casa da Vó, saímos para pescar pela noite, pois havia a indicação de um bom pesqueiro num córrego ali perto, fartura de peixes como Lambaris, Mandis, Bagres e Trairas. Preparamos tudo no fim da tarde, anzóis, varas e as famosas minhocas puladeiras, que são as mais atrativas pelos peixes. Quando o Sol sumiu atrás da serra, sai com os primos, despedimos da Vó com promessa de almoço no dia seguinte com peixe frito passado no fubá. Minha avó adorava esta maneira, era uma boa pescadora, mas nunca pescava pela noite. Sempre tinha suas crenças com a noite e as assombrações.

Seguimos até o córrego, levando facão, lanterna e o embornal com merenda. Preparamos a área com o facão e armamos as varas sob nossos olhos atentos para a fisgada. Horas se passaram e nada de peixe, o primo fez uma reza e nada de peixe, apenas um cágado foi fisgado, mas lançado longe ao córrego, pois segundo ele se um cágado é fisgado, o pescador não pesca mais nada. Assim se aproximava da meia noite e nada de peixe. O mais velho falava mal a má sorte. Foi aí que sentimos uma rajada de vento tombando o capinzal e vimos uma menina branquinha de cabelos dourados caminhando sobre as águas. Com uma voz suave ela disse que o córrego estava cheio de peixes, mas que pescador não sabia pescar. Não sabemos como terminou, nem como alcançamos o caminho de volta, chegamos a casa sem peixes e varas e suados como uma mula velha. Contamos o fato e ninguém na casa acreditou na historia.

Ainda hoje quando vou por aquela região e passo pelo local, ainda sinto aquele frio na pele naquela infeliz pescaria.

Juro que foi assim.

Toninho.
Historias que meu pai contava e que minha irmã Joaquina fica relembrando.
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Se quer saber um pouco de mim, 

Clic no link abaixo e vá até o blog da querida Anne Lieri.

http://recantodosautores.blogspot.com.br/2012/08/recanto-entrevista-toninho-bira.html 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Escolha certa.



Na vida estamos sempre diante de uma escolha, tão logo assumimos nossa existência produtiva, elas se apresentam para uma decisão. Ocorre que muitas vezes nos sentimos impotentes e recorremos aos especialistas de plantão, que pode ser um amigo ou um profissional, que sabiamente aplica uma injeção na nossa autoestima.

Na vida moderna os jovens são lançados bem novos nas escolas e cedo estão propensos a ingressar em algum curso superior, quando muitas vezes não se tem ainda formada uma vocação profissional. É comum assistir uma série de atropelos, momento em que é fundamental a participação da família, para não que se transforme num aluno disperso e perdido na faculdade com sucessivas trocas de curso. 

Nesta situação vem a importância dos especialistas, orientadores que administram a dose na medida certa, para os passos seguintes e libertadores. São eles responsáveis pela interiorização no despertar das potencialidades que fazem crescer isentos das mazelas comuns que geram frustrações. Tenho lido muito sobre esta coisa da medida certa do equilíbrio diante uma tomada de decisão. O fato das escolas relatarem péssimos alunos em escolas famosas, muitas vezes vem desta falta de preparação, para escolher uma carreira, que possa incentivar o interior a produzir cada vez mais e melhor. 

E assim se processa no amor, onde a situação é ainda mais complexa, pois envolve uma serie de fatores, que muitas vezes passam despercebidos dos envolvidos, como afinidade, gosto, cultura, escolaridade e sonhos que cada um carrega para sua vida. Aqui é preciso mesmo uma preparação de autoconhecimento das partes, para encaminhar um fechamento dourado da relação, sob a pena de ter que conviver com frustrações e traições por toda a vida, até que a relação apodreça de vez e o laço se rompa.

Então na vida é preciso entender e saber comportar-se diante das escolhas que se apresentam ao longo da vida e assim ter um viver mais leve e tranquilo, para enfrentar as intempéries que se avolumam na caminhada, onde muitas vezes é você contra tudo e todos, mas tem de ser você, com alma lavada e coração aberto sempre.

Toninho.
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sábado, 18 de agosto de 2012

Ebrio de perfume












Flamejarei encantado em versos ardentes.
Lavarei minh’alma entranhada da poesia,
Outrora furtiva nas entrelinhas que nasço
Recrio fantasias cicatrizadas pelas rimas
Desfeitas pelo amor como numa faxina.

Absoluto envolto em devaneios que canto,
Violam os poros, cala na boca ultimo beijo.
Instante que beija-flor beija a flor amarela,
Debruço na janela ao perfume da Nectarina.

Ainda que seja distante, tudo que invento.
Espera-se que as palavras nas frases soltas
Unifiquem pensamentos neste louco idílio,
Transporte as saudades como o colibri a flor.

Então envolvo na manta do anjo de flecha,
Atinja certeiro o alvo da esperança sólida.
Mergulhada em perfume de uma primavera.
Ostenta feliz o coração aberto como uma flor.
Toninho.
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Inspirada Calu, grato pela interação:
O idílio feito em versos,
do namoro do beija-flor,
exala perfume etéreo
d'alma da linda flor.
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Inverno









Pipa pelo Céu.
Vento forte presente_
Menino feliz.
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Manhã nublada.
Ventania na praia_
Coqueiro cai.

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Pétalas de vidro.
Madrugada com frio_
Flor orvalhada.

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AVISOS:

1-Nunca solte pipa perto de rede elétrica.
2-Nunca use a mistura * Cerol que causa acidentes terríveis.
3-Evite estacionar debaixo de arvores em tempo de ventania.
4-Evite caminhadas em área arborizada em tempo de ventania.

* Cerol é o nome atribuído a uma mistura de cola com vidro moído (ou limalha de ferro) que é aplicado em linhas de papagaios, também conhecidos como pipas.

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