sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Virada de emoções.



Poetizando e encantando um projeto da professora Lourdes que apresenta sua 16ª imagem para inspiração. Confira os participantes aqui:filosofandonavidaproflourdes a imagem abaixo oferecida para esta edição.



Contagem regressiva novo ano anuncia.
Sorrisos e misticismos no mesmo oceano
lagrimas misturam-se na areia da praia.
São as velhas emoções na virada do ano.

As ondas crescentes debruçam na areia,
aos pés da donzela com ramos de flores,
que lançadas ao mar oferecem à sereia,
enseja pela vida nova com seus amores.

Praia com milhares de luzes enfeitada,
que ate vejo grãos de areia brilhantes,
descalços meus pés lentos pela calçada,
levam-me para ver fogos exuberantes.

No céu explode uma fantástica imagem,
que emociona olhos num ponto a jusante.
Vejo uma mulher como numa miragem,
virar o novo ano com taça de espumante.

Os meus olhos iluminados pelos artifícios,
com luzes multicoloridas olham a janela,
donde uma rosa branca salta do edifício,
naquela noite nos amamos à luz de vela.

Toninho
28/12/2017

Desejo a todos uma feliz virada de ano com os melhores sonhos e que estes se realizem ao longo do ano. Que possamos agradecer cada estação vivida.

Obrigado Lourdes por nos fazer viajar com suas imagens com o objetivo de uma grande interação.   
Meu tim-tim para você


sábado, 23 de dezembro de 2017

Noite de luz.



 A imagem dos presépios sempre me leva à uma reflexão sobre Maria a mãe de Jesus fugindo pelos campos para o parto seguro. Maria que sofre com as torturas e crucificação do filho amado. A mãe que recebe nos braços o filho nos últimos suspiros, para atingir a vida eterna. Assim minha participação e inspiração para a BC_poetizando e encantando da professora Lourdes passa por este sentimento. Confira mais aqui: filosofandonavidaproflourdes



Uma estrela cruzou pela noite de Belém.
Três reis magos pelo caminho iluminado,
diante da mãe escolhida disseram amém,
humildes ajoelharam no chão resignado.

Nasceu o menino Deus como prometido,
aquele que pregaria o amor de verdade.
Até Jerusalém se enfeitou para o ungido
filho de Maria, que seria uma majestade.

Maria com olhar triste o amamentava,
o amor materno torturava seu coração,
saber dos sofrimentos que o aguardava,
era dela sabido pelo anjo da anunciação.

Depois de todos os sofrimentos vividos,
ela resignada recebe o filho crucificado.
Mas ao fim de três tristes dias corridos,
finda seu sofrer ao ver o filho alumiado.

Mas quando ecoou o som de trombeta,
um total silencio se fez sentir na terra,
já o céu se abre como disse um profeta.
A mãe beija o filho para a vida eterna.

Toninho.
22/12/2017


Grato à todos pelo carinho 
que me embalou por todo 2017.
Que estejamos em sintonia
em 2018.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Lembrança guia de um Natal.



Nas minhas lembranças vejo um Natal, que nem em sonhos me visitam mais. Há uma saudade perdida nos movimento da vida. Na noite de Natal nenhuma igreja aberta para a missa do Galo, que já nem se fala mais. O que vejo são casas abarrotadas de pessoas em volta de mesas fartas. Perdeu-se bastante da religiosidade e magia daquela noite. Comemora-se estranhamente o nascimento, daquele que veio ao mundo para libertá-lo de todas as mazelas, que enfrentava. Vinha com a simplicidade contrastante com os excessos vigentes. 

Era linda a véspera de Natal uma festa contagiante, reunião de famílias para a ceia natalina, agradeciam o alimento, trocavam presentes confraternizavam com vizinhos Era uma noite alegre, reinava paz, riso solto das crianças com seus brinquedos simples. Havia pão nas mesas, nos casebres mais simples. O presépio feito pela família era o ponto de encontro das crianças.

Eu me encantava com os presépios, ouvia historias do nascimento de Jesus, o céu era sempre limpo e estrelado e eu menino ficava olhando o céu a procura da estrela guia dos Três Reis Magos que via ali ao lado do menino na manjedoura. Os meninos participavam na construção destes presépios e viviam aquele momento. Eram os meninos da vila os fazedores de presépios com o barro do córrego e o pó brilhante do minério de ferro da mina. Ainda vejo os meninos moldando bichinhos.

A árvore de Natal era feita de galhos das arvores que buscava na serrinha do local, onde reinava os lobos noturnos. Arvore branca com uso de algodão enrolado nas galhas e algumas bolinhas penduradas. Junto dela os sapatos das crianças no sonho do presente. O sonho de menino era bem simples, os carrinhos e bolas de futebol, bonecas feitas de papelão. As crianças da vila sonhavam pequeno, a simplicidade os unia e os faziam crer que ao crescerem seriam como os pais. A simplicidade os guiava para a fraternidade como pacto de vida, eram todos por um e um por todos e foram assim que viveram as noites de Natal, até que o tempo fez deles, adultos saudosistas.

Uma estrela cruza o Céu de minhas lembranças na simplicidade de minha infância religiosa, por ela é que me guio e vivo o Natal todos os dias, desde a Anunciação onde nasce a aceitação do “faça a tua vontade”.

Toninho.
20/12/2017. 

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Obrigado Roselia pelo convite na sua VIII Interação Fraterna de Natal aqui: idade-espiritual um pouco atrasado.


Ao tempo que gradeço todas as manifestações de Feliz Natal.
Renovo meu desejo de estar com vocês no Novo Ano
em sintonia perfeita com um pensamento positivo
de um mundo melhor e mais justo.

 

domingo, 17 de dezembro de 2017

Coração errante



















Há um segredo em teu coração,
mas tu me dás apenas o enigma,
são horas de desatino, de prisão.
Decifrar ou morrer no estigma.

Às noites com insônia vaticino.
No amanhecer é complexidade,
num labirinto ando sem destino.
Sigo errante sem minha metade.

Ainda que seja tortura decifrar,
persevera-se a buscar caminhos,
como caçador de tesouro no mar,
que singra as suas dores sozinho.

De tanto procurar sinto exausto,
já nem encontro trilha na saída,
e para findar este longo infausto,
num labirinto que é minha vida.

Mas atreve-se o coração à saga,
o labirinto que esconde querida.
Inspira-se. É Édipo cose a chaga,
um fio dourado estanca a ferida.

Toninho
17/12/2017

Inspiração no projeto Poetizando e encantando da Professora Lourdes, confira e participe aqui: filosofandonavidaproflourdes


 Bom domingo e
feliz semana.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Os meninos da vila.

Viajar em imagens é a proposta da Chica e seu neto Neno aqui: /chicabrincadepoesia, acontece nos dias 5, 15 e 25 então com a imagem de hoje uma viagem critica com um retorno ao passado de feliz idade. Vamos lá nesta imagem abaixo, mas sem cinto de segurança, sem capacete, sem "air bag", pois era bem assim e sobrevivemos.

“Eu daria tudo que tivesse, para voltar os dias de criança”.
Trecho de uma canção, que conheço desde criança e percebi que a saudade do compositor é a mesma minha de uma infância livre num pequeno interior de Minas Gerais. A imagem dos carrinhos embora mais estilizados veio despertar a saudades dos meus carrinhos feitos com os rolamentos usados da Cia Vale, os meninos da vila ganhavam para brincar.

Carrinhos sem freios pelas ruas de terra e de pouquíssimos veículos, o que deixavam as mães menos preocupadas. Também construíamos as patinetes. Nossos brinquedos eram frutos da criatividade no aproveitar materiais, pois brinquedos prontos eram inacessíveis exceto por época do Natal, distribuídos pela Vale aos filhos dos operários das minas.  

Os carrinhos variavam entre o de sentar como os da imagem e os feitos com caixotes, usados no transporte de coisas ou mesmo as compras feitas no armazém da vila, que geralmente era uma atribuição dos meninos, usando uma caderneta de anotação da divida.

No tempo viajei pelas ruas vermelha, a poeira encobriu meus olhos, que resgatavam emoções daqueles meninos em algazarra, buzinando com as bocas nas manobras arriscadas pela rua. A poeira abaixou, voltei ao presente com todas as tecnologias. Cabisbaixo desci pela rua, agora asfaltada e sinalizada, sentado no carrinho, e vi os novos meninos da vila, compenetrados nos seus celulares, em suas varandas gradeadas trocavam mensagens, jogavam “On line”, pareciam meninos robotizados,  eram tristes.

Assim eu cheguei à casa onde nasci abri o pesado portão de ferro e vi ali no canto do muro os restos de um carrinho feito de rolamento e madeira. Meu olhar fez uma varredura e outros brinquedos espalhados pelo chão cimentado, pareciam peças de museu de minha infância incrustada numa mangueira no fundo do quintal, cercada pelas arvores frutíferas onde os passarinhos faziam seus ninhos indiferentes aos alçapões, que ali armava.

Fechei a porta que adentra a casa e também meus olhos sobre o passado. Pensativo e hoje lento subi contando os degraus da escada e repousei numa poltrona em frente à moderna radiola e coloquei um velho “long play” a girar sobre ela, depois a agulha desceu sobre ele e me trouxe uma canção do passado, que me fez adormecer nos braços das saudades com um desfile de imagens de minha doce e bela infância.

Toninho
15/12/2017

Desejo a você 
o melhor de bom
Grato sempre.
Nota: devido fim de ano estou atrasado com vários amigos que amo ler, mas pode ter certeza, que passarei por lá e deixarei meu carinho. Desculpe.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Entre espinhos e flores.
















Vejo uma mulher alegre pelo caminho,
vem com um canto suave enternecido,
que ecoa lindamente até os filhotinhos,
em ninhos à espera dos pais em alarido

É sempre assim nas tardes da floresta,
na despedida dos últimos raios solares,
sombra a deslizar da mulher modesta,
que faz lembrar aquelas de Palmares.

Mas esta vem na liberdade destemida,
nem olha para trás imune aos perigos,
junto dela duas razões desta sua vida.
Fez rotina sua visita diária ao jazigo.

Hoje já não vem com os olhos úmidos,
nem o rosto catando forças pelo chão,
superou sua dor pela perda do marido,
extirpou toda tristeza do seu coração.

Bem dita seja esta mulher que supera,
e reencontra sobre espinhos os passos.
Sangrar sua dor pela prole a tempera,
por certo Deus a acolhe no seu regaço.

Toninho
10/12/2017


Minha participação na 13ª imagem do projeto poetizando e encantando da Lourdes. Confira os participantes: filosofandonavidaproflourdes