quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ritual de uma saudade II




Foto própria.










Hoje cada detalhe vem na lembrança,
Daquelas noites frias de minha cidade
Entre serras que formam uma aliança,
Meu elo com o passado nesta saudade.

Uma saudade crucial neste momento.
Com um sorriso sem graça a disfarçar,
São desejos ousados neste pensamento,
Com aquela que faz este bom recordar.

Intensa é a lembrança em cada hora,
Que minha felicidade vence a solidão,
Pois que toda incerteza foi-se embora,
Quando eu a abracei naquela estação.

Foram belos dias para a eternidade,
Que o menino com pé no chão sorria,
Reconhecendo cada canto da cidade
Que outrora testemunhou sua alegria.

Agora o menino sorri furtivamente,
Com as lembranças de sua infância
Fotografias nas paredes infelizmente,
É tudo que lhe resta nesta distancia.

Hoje me lembrei deste pequenino
Que trazia tantos sonhos no olhar.
Sonhos que inspiravam o menino
De coração alado e sede de amar.

Hoje lembrei o menino sem fantasia,
Contando todas as pedras de sua rua,
Comprida rua como a saudade e o dia,
Assim refaço historia de alma nua.

Toninho
13/07/2013
Itabira é sempre uma lembrança boa, por isso estará sempre em minhas inspirações.







segunda-feira, 15 de julho de 2013

Das dores do coração.












Como sofre este inocente coração,
Mergulhado em um rio de lavas,
Ardência no peito aguda aflição,
Nos seus olhos o rio de lágrimas.

Longe o tempo que o amor nasceu.
Com suas magias e seus encantos,
Fez-se eterno um dia, mas morreu,
Ofendido pelo veneno do desencanto.

No seu coração derrama desilusão,
Que por um desprezo se fez mortal,
Asfixiado padece de uma decepção,
Sorve da infelicidade o soro letal.

Quando enfim vem o ultimo suspiro,
Alucina-se naquela imagem bestial,
Na repugnante figura de um Sátiro, ¹
Que vem e lhe estende a taça fatal.

Quando nada mais resta de vida,
Um vento sopra no sentido norte,
Como o beijo da alteza na querida,
Toca em seus lábios, vence a morte.

          Toninho.
          07/07/2013.
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Obs. 
¹ Sátiro: Nome dado a certos semideuses dos bosques, na mitologia grega. Em parte humanos, tinham chifres curtos, orelhas pontiagudas, patas de bode, uma pequena cauda e tendo nas mãos uma taça, um tirso ou um instrumento de música.
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