quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Gritos da águas.



 Gritos das aguas.
 



 






Vêm da praia os gritos dissonantes,
Uma canção pela fresta da janela.
Entoada por estes ventos uivantes.
Na insônia vêm as lembranças dela.

Lá o mar revolto na noite traiçoeira.
Ali um pescador à Iemanjá balbucia,
A calmaria e lançar sua traineira,
Muito antes de o Sol iluminar o dia.

Vejo as aguas quebrando sobre pedras.
Como um lindo véu branco e brilhante,
Um barco solitário ancorado a bailar,
À sua volta pássaros em voos rasantes.

Um coqueiro na dança descompassada,
As folhas desesperadas num vai e vem.
Solitário vem a lembrança como rajada,
A incerteza de saber se ela ainda vem.

Toninho
10/01/2014
Apenas uma inspiração.