quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Desencontro



 
 














Volto ao mesmo lugar,
já não é uma rotina diária.
É a saudade saliente crescente,
em cada cantinho que sinto você.
Angustia num barco que vem do mar,
aos olhos da mulher que espera no cais.

Nada mais doloroso que esta saudade,
a ausência do perfume que exalava,
no jardim onde morreu uma flor.
Sem o néctar vaga o beija-flor,
para longe do meu quintal.
No varal apenas solidão.

Se não bastasse a ausência sentida,
vêm estas lembranças amorosas,
contidas em pequenos saquês,
dispostos junto da parede.
Ali amarelou a sua foto,
corroída pelo tempo.

Ainda sonha na esperança,
que alimente o sofrido coração,
que nunca entendeu o abandono.
Com as mãos juntas suplica ao céu,
com uma poesia em feitio de oração.
Uma lágrima cobre o rosto como um véu.

Apenas uma inspiração.
 Toninho.
22/01/2014.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Para que contar o tempo?


Não me importa contar o tempo,
Quando converso com meu bem,
Sua voz suave trás o meu alento
O apito para quem espera o trem.

Apito de um minuto a informar,
Parece tortura a me confundir,
Sinto que meu coração disparar.
Oh! Telefonista pare de prevenir.

Quero os meus créditos infinitos,
Para nunca perder esta ligação,
Pois entraria em meus conflitos,
Neste momento de pura emoção.

Vejo a luz dos seus olhos pela tela,
Liquida cristalina a voz ao ouvido.
Em cada olho brilha uma estrela,
Oh! Caiu o sinal no beijo partido.


Toninho
27/12/2013

Inspiração: dois enamorados numa ligação de celular com aparelhos pré-pagos.