Um
projeto da amiga Mi aqui: colunadami.blog pode acessar as regras bem como
ver o que os amigos pensam sobre o Natal. É a primeira blogagem da Mi então
vamos lá prestigiar e soltar a inspiração, por certo ela ficará muito feliz.
Vamos?
O meu Natal.
Falar de Natal vem a imagem do velho barbudo de roupas vermelhas com o saco de presentes. A real festa se perdeu na
correria consumista dos presentes, sejam simples ou sofisticados. Então é Natal dos cartões de créditos loucos para atender a
demanda. Há engarrafamento de solicitações, desespero dos lojistas. Isto é
Natal na nova versão 6.0. Difícil fugir à pressão, até os mais radicais cedem.
Mas
há um Natal de presépios feitos por crianças com orações nas novenas com reflexões. Há reunião de famílias nas casas ou em uma igreja
ou recinto qualquer. Eu vivi o Natal das novenas em oito casas alternadas
sorteadas. Era uma festa bonita e alegre de agradecimento ao Pai pelo ano
que findava e comemorar o nascimento de seu filho amado. O ultimo dia da novena
era na igrejinha em conjunto com a missa do Galo, que terminava à meia noite
religiosamente.
A ceia familiar era servida após a missa. Após a ceia familiar algumas pessoas saiam em turnê pela vizinhança
desejando paz e deliciando com as guloseimas tradicionais, sempre servidas com vinho
tinto suave, Guaraná, Grapette e Qsuco e ou bebidas alcoólicas doces da época.
Não me lembro da presença do Peru, mas galinha assada, lombo de porco e pernil.
Eram pessoas simples da vila operária da Vale do Rio doce, que sempre presenteava
os funcionários com uma grande cesta em forma de caixote, para nós eram a Cesta
da Vale, coisas que só víamos no Natal. As castanhas e nozes eram quebradas
entre a porta e o portal, ou com martelo e pedra mesmo.
No
dia 25 as crianças exibiam seus brinquedos, isto após a missa matinal dedicada
às elas e nada de faltar, pois havia orientação do catecismo aonde ir à missa é
coisa sagrada aos domingos. Confessar e comungar eram para os crescidinhos. Todos
tinham medo misturado com respeito pelo padre José Lopes, que conhecia a todos
da vila. Nós o chamávamos de padre Zé Lopão.
O
meu Natal vem daquelas ruas de pedras e poeira vermelha, mas deixou em mim uma
fé inabalável que está enraizada nas pedras do cruzeiro que fica sobre o Pico
do Amor ao lado da igrejinha, lá aonde a gente diante de uma critica falta d’água,
fomos em procissão jogar agua e flores aos seus pés cantando Ave Maria, pedindo chuva para a
cidade.
O
meu Natal que é a maior festa brasileira, é uma mistura de lembranças do
passado e a realidade do cotidiano com toda sua crueza de injustiças sociais,
que entra ano e sai ano e continua cada vez mais gritante e parece sem causar
estranheza. E ficam sempre meus pedidos e mais pedidos de um mundo melhor e
mais justo, de um mundo mais humano e igual em condições para todos, que seja
banida a usura e implantada a fraternidade real e que haja comunhão. Enfim um Natal sem sobras, mas que haja pão em todos os lares.
Toninho
16/12/2014
Sucessos Mi na sua primeira blogagem coletiva.