Ouço os gritos do pingo da chuva,
bela queda livre sobre uma lata,
esquecida lá fora debaixo da bica,
trás num som a saudade de casa.
Cada pingo emitia sons ritmados.
Eu os via tão saltitantes, libertos,
como os kamikazes apaixonados,
ao som da orquestra nos desertos.
Na chuva a saudade manifesta,
lembranças interioranas lá fora,
aqui neste barraco é uma seresta,
reviver a minha vida de outrora.
Quando a chuva por fim partia,
da janela se via todo Céu celeste,
descia o pano da sessão nostalgia,
e agradecia a chuva numa prece.
Um retardatário pingo que caia,
eleva meus olhos para o telhado,
vem desta lata a ultima melodia.
Com o som quem vem do passado.
Toninho
15/04/2016
Morei em Belo Horizonte
juntamente com outros jovens estudantes interioranos, quando chovia, a gente
gostava de ouvir o som dos pingos da chuva sobre uma lata, que estrategicamente
deixávamos sob a bica.
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Uma boa semana para
todos nós.