Botando a cabeça para
funcionar é nossa BC de hoje no blog da Chica, que acontece todos os dias 5, 15 e 25. Uma imagem é oferecida para inspiração livre, até mesmo em comentários, então passe lá e participe, aqui chicabrincadepoesia. Vamos a imagem:
O cavalo e o
bananal.
Na
Fazenda Esperança morava Venâncio exímio vaqueiro, vindo do Vale do
Jequitinhonha para cuidar de cavalos. Seu olhar adormecido denotava tristeza contrastando
com o sorriso largo. Os cavalos obedeciam seus assovios. As mãos rudes
acariciavam estes, com mesma doçura que tocava o capim e flores, parecia sentir
o pulsar das folhagens como o coração dos cavalos. Às vezes entoava um canto
triste à noite na casa dos vaqueiros, podia-se ver os cavalos por perto como
plateia.
Eram
cavalos de várias raças bem alimentados e vistosos, fruto dos cuidados daquele
vaqueiro, que parecia conversar com tudo na fazenda, na perfeita integração com
a natureza. Sabia sempre a hora de mudar o pasto dos cavalos e tinha maior
cuidado com uma parte pântano, que um dos cavalos sempre queria pastar. Ele era
ainda maior atenção.
Não
raras foram as vezes, que o senhor viu o Venâncio, cuidando dos cavalos, quando
já era noite e o alertava, para descansar, mas ele dizia, que sentia, que um
cavalo estava solitário e precisava de carinho. O senhor sorria, balançava a
cabeça e seguia para a varanda, onde fumava seu cachimbo, olhando o campo, que
se abria à frente. Às vezes cochilava ouvindo músicas sertanejas.
Numa
noite de tempestade com raios e trovões na região, depois da queda de uma frondosa
Gameleira perto do curral, um dos cavalos saiu em disparada pelo campo diante o
barulho feito. Venâncio preocupado comunicou ao senhor, que o aconselhou não
sair e o fizesse na manhã. Noite longa para Venâncio. Pela manhã saiu à procura
do fujão, logo o viu atolado no pântano. Fez de tudo para o livrar, notou uma queimadura
profunda, que devia ser de um raio. Após alguns relincho o cavalo faleceu para
decepção de Venâncio.
Com
o coração despedaçado, fez o funeral do cavalo, numa cova feita ali mesmo e o arrastou,
puxado por outro e fez o enterro em meio a umas orações balbuciadas, que
consternou o pessoal da fazenda. Sobre a cova plantou um pé de banana.
Algum
tempo depois no local percebeu a beleza de um cacho de banana, que tombava a
bananeira, tal era o tamanho. Sorriu e pensou no cavalo e disse, que se tratava
de um sangue bom. Cuidava daquele cacho de banana todos os dias como se fosse
do animal. Quando por fim amadureceu, colheu as bananas e dividiu com os
cavalos, aos olhos do senhor cheio de ternura. Mas como toda bananeira que deu
cacho é cortada, Venâncio o fez com tristeza, mas replantou outras bananeiras e
hoje é um lindo bananal na terra adubada pelo animal.
Toninho
25/02/2020
Uma homenagem ao irmão do meu pai( Tio José Venâncio) exímio domador de cavalos na região onde nasci. E ao cavalo Almofadinha morto no fundo do quintal de minha casa, onde foi enterrado nasceu uma bananeira que se espalhou..
Grato pela
visita.
Hora de voltar
à realidade da vida.
Olá Toninho acabei de ver a postagem mas fica para amanhã que já é tarde!
ResponderExcluirvotos de boa noite também por aí
agradeço a visita,
segundo o que eu sei, as pessoas atiravam umas às outras saquinhos de pano, com serradura, que é um pó da madeira, resíduo da serragem, e que é leve,
ouvi dizer que às vezes colocavam farinha, e era mais pesado e ficou a ser proibido
a serradura era mais conforme às boas práticas,
e também atiravam confetis/papelinhos coloridos
abraço
Angela
Boa noite de paz na alma, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirOlhos cheios de ternura fazem zelo, dedicação e bom tratro a quem quer que seja. Até aos irracionais ligados a nós pelo afeto incondicional.
Que lindo conto, amigo!
Meu pai amado enterrou o Alazão dele também. Num campo grande porém sem nenhum sinal sensível como o do seu tio teve. Eu creio nestas coisas misteriosas que dão sentido à vida.
A doçura dele só cuidar de todas as Gentilezas que recebeu para cuidar lhe permitiu perpetuar emoções e sentimentos.
O cuidado é tema até da Campanha da Fraternidade neste ano de tanta importância sempre.
Parabéns por exímio conto, amigo!
Gosto muito da sua sensibilidade na prosa e no verso
Tenha dias abençoados agora com o retorno só habitual dos nossos dias sem folia.
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Puxa,que história! E foi de verdade,bem real! Lindo de coração esse teu tio José Venâncio e o teu ao lembrar de homenageá-lo... ADPREI e senti pena do Fujão, o Almofadinha na real. Beleza e como é legal ver os voos para onde nos levam as lembranças ao ver uma imagem! Ficou DEZ!Parabéns! Obrigadão! abração,chica e levei o link!
ResponderExcluirQue linda história de amor do homem pela natureza, pelos seres vivos!
ResponderExcluirLinda e triste... não me faz chorar, toninho...
Parabéns, gostei muito.
Abrços, amigo, e vamos à luta porque o ano promete!
Obrigada pelo comentário emocionante que fez no poema que escrevi pra minha mãe.
Uma participação com história empolgante e de lealdade. Gostei à beça, Toninho.
ResponderExcluirSim, é hora de voltar à rotina, depois de bastante descanso e vibrações... Aqui foi bem bom!
Nosso carinho... Boa quarta-feira...
Uma cena fotográfica, um voo nas lembranças e um poema homenagem ao teu tio e ao Almofadinha
ResponderExcluirUm poema de grande beleza pleno de ternuras e sentimentos de saudade
Maravilhosooooo!!!
Beijinhos e uma feliz quarta feira
Boa tarde Toninho,
ResponderExcluirUma história bem real que emociona.
Adorei sua narrativa que deixou passar com toda a veracidade da entrega do seu Tio Venâncio no trato e cuidados com os animais e depois a tristeza com a morte do cavalo.
Ficou para sempre a recordação com a beleza do bananal.
Uma bela história verídica.
Um beijinho e uma boa quarta feira de Cinzas.
Ailime
Como entendo esse teu conto, Toninho!Tive cavalos de equitação, quando jovem, carinho não lhes faltava, corriam atrás de mim no campo de Hípica. foi um período da minha vida que valeu a pena, deixou belas recordações. Cavalos e cães têm uma sensibilidade fora do comum.
ResponderExcluirBeijo, querido amigo, foi muito bom essa recordação que tive aqui.
Oi Toninho
ResponderExcluirLinda e triste o seu conto.
Eu tenho muitas saudade dos meus irmãos, fomos criados separadamente, mas parece que só tocam o telefone quando um irmão morre.
Já cansei de só eu ligar e o que aconteceu já disse ao meu marido: não avise meus irmãos.
A vida é muito triste!
Beijos no coração
Lua Singular
Fantástico, embora nostálgico!
ResponderExcluir-
A vida é um redopio ...
-
Beijos. Boa noite!
Lindo e amoroso conto em homenagem ao seu tio. Realidade e ficção expandindo sua emoção. Bjs.
ResponderExcluirLinda e emocionante sua história, li com avidez e chorei muito com a morte do cavalo.
ResponderExcluirBeijos no coração!
Boa Noite Amigo querido!
ResponderExcluirDepois de uma longa temporada afastada dos bloggers e sem o poetizando, o coração apertou com saudade e aqui estou com o convite para iniciarmos a segunda edição- nº 01.
Ficarei feliz com sua volta, ao projeto pois sua participação só enobrece esta BC.
Nesta edição, postarei de 15 em 15 dias, ou seja duas vezes ao mês, para que haja tempo para todos participarem e visitar os amigos e amigas participantes .
Espero, sugestões, pois este projeto já não é só do meu blogger e nosso!
Com o pensamento do grande Vinicius de Moraes, fortaleço o convite, que é do fundo do meu coração.
”Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia”.
Abraços da amiga Lourdes Duarte
https://filosofandonavidaproflourdes.blogspot.com/
Que linda homenagem.
ResponderExcluirAm💙 cavalos.
Toninho o seu palavrear vem da alma.
Adoro.
Megy Maia
Pôxa, amigo,esta é de tirar o chapéu e que lindo o bananal formado.Uma história contundente de amor, zelo e cuidados com os animais. A gratidão aparece e de forma até misteriosas! Grande abraço a você dono deste conto adorável! feliz semana!
ResponderExcluirAunque he tardado en contestar a tu comentario, no quiero dejar sin agradecerte las palabras de apoyo y condolencia que has dejado en mi espacio.
ResponderExcluirDe momento me tomaré unas vacaciones en espera que regrese la inspiración.
Te deseo todo lo mejor.
Cariños.
kasioles
Toninho bom dia.
ResponderExcluirEssa história me fez chorar, que linda homenagem ao seu tio.
Sabe, Toninho, tenho aprendido que tudo tem vida, tudo é vida, então essa história vem de encontro ao meu aprendizado... Sim, a grama, os cavalos, a natureza é viva, é vida, e quando reconhecemos isso e começamos a amar e entregar nosso melhor, e até a acariciar se assim for bom e necessário, vale a pena, é verdadeiro...
Linda postagem, Toninho.
Me despeço com lágrimas, mas de felicidade...
Grande abraço,
Ju
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