O
açude cheio dá vida às terras do sertão. Vem me lembranças das férias com arvores
nuas semimortas, o açude agonizante. Um riacho seco que no leito os carneiros
pastavam. Os meninos alheios catavam seixos no leito seco. A vovó de olhos
tristes lembrava dos peixes, que pescava no riacho, mas ocultava sua tristeza, diante
da nossa alegria.
Quando
o açude transbordava, o riacho corria seus peixes. Suas aguas quase tocavam a
pequena ponte, que ligava a casa à horta, onde nós meninos brincávamos vigiados
pela lavadeira, que esfregava roupas numa tabua junto ao riacho e as estendiam no
chão gramado sob um sol, que tudo secava, onde as lagartixas descansavam
preguiçosamente.
Fecho
os olhos na imagem gravada na retina, revejo tudo como num videoteipe. As
mesmas arvores renascidas, os peixes no riacho, a vovó alegre a pescar. Era a
vida de volta em cada canto do lugar. Vejo a linda flor do mandacaru, sob um céu
todo azul. Há saudade aninhada no meu peito. Um tempo que revejo na foto emoldurada
na parede. Mas é alegria ter vivido uma infância feliz e livre, que deixou este
brilho nos meus olhos.
Toninho
08/07/2021
Grato pela visita
Bom dia de serenidade, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirQue música afinadinha com meus sentires para começar o dia bem na esperança!
Vamos "fingindo" ter paciência.
"A cada dia basta seu mal".
Que conto tão belo!
Fui viajando pelos meus oito anos onde ia para a roça com meu padrinho.
O açude era a distração do lugar bem como o imenso verde onde pegávanos tomate no pé e, sem agrotóxico, comíamos assim com açúcar. O pequeno riacho... A pontezinha, a porteira...
Sua descrição faz seu leitor viajar pelas ondas da própria infância um pouco similar.
Foi uma moldura a infância a seus olhos e também aos meus. É dela que buscamos força e paciência para o hoje tão atormentado.
Parabéns com admiração pelo seu veio poético seja em prosa seja em verso! Avante o livro inaugural, amigo!
Obrigada pelo deleite do conto.
Tenha dias abençoados junto aos seus!
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
Bom dia!
ResponderExcluirAs suas participações são sempre arrebatadoras. Tal como a inspiração! Parabéns :))
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Nunca percas, esse sorrido meiguinho ...
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Beijos, e um excelente fim de semana :)
Conto lindo, permeado da saudade que habita em teu coração! Adorei! Mais uma linda participação! abração, ótimo dia! chica
ResponderExcluirTalento, inspiração, criatividade de escrita, deram origem a mais uma participação BRILHANTE.
ResponderExcluir.
Cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Bom dia. Uma viagem no tempo da saudade dos momentos da infância guardados na memória. Um lindo caminho. Grata pela adesão à este projeto. Bjs
ResponderExcluirparabens mais uma linda participaçao bjs saude
ResponderExcluirBom dia, Toninho.
ResponderExcluirUm lindo conto, recheado de saudades! Você tem uma prosa poética muito afinada. Lendo, voltei no tempo e fui conferir as minhas lembranças. Obrigada por esse conto inspirador!
Bjs
Marli
Que lindo Toninho, emocionante! As vezes penso que os adultos (de coração afetuoso) de nossa infância faziam de tudo para não sentirmos, percebermos as dificuldades da vida, mesmo muitas vezes estando sendo inseridos nesse viver...É amor que se chama, né!
ResponderExcluirAdorei, abraço e bom fim de semana, amigo!
O olhar embora esbatido aguçou a criatividade do Toninho!!! Bj
ResponderExcluirBendito brilho acendedor das doces memórias contadas em caprichada narrativa; convite irrecusável ao passeio por tempos e lugares evocados.
ResponderExcluirConto acolhedor, meu amigo.
Abração,
Carminha
felizes as crianças que guardam belas recordações de infância
ResponderExcluirem lugares de liberdade
é uma felicidade a que todas as crianças deveriam ter direito
e acredito Toninho que as famílias estão nos dias de hoje mais empenhados em passear pelos campos com os filhos ou em permanecer em locais onde eles podem ter contacto direto com a natureza
Bom fim de semana
abraço
Fabulous blog
ResponderExcluirQuerido amigo Toninho.
ResponderExcluirEmocionei-me com a ternura das suas palavras, das suas lembranças.
Compreendo agora, que vem desse brilho no seu olhar, a sua criatividade e inspiração em tudo que cria.
"....
A vida é tão rara, tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei,
A vida não para."
Obrigada por este momento mágico !
Um beijinho, muita saúde e paz.
Fê
Oi querido Toninho
ResponderExcluirUma narrativa nostálgica que nos faz também lembrar com saudades da infância . Beleza que emociona .
E Lenine , sempre perfeito!
Estou tentando voltar aos costumes, aos amigos porque se esperasse muito mais podia nem voltar.
Alguns sobressaltos, outras perdas e nada tem sido muito cor-de-rosa. Mas, vamos tocando tá certo?
Quero sabe-lo sempre bem.
Boa semana com abraços
Música e texto bonitos à beça, Toninho!
ResponderExcluir"A vida é tão rara, o tempo não para..."
Abraço e BOA SEMANA...........................
Boa tarde Toninho.
ResponderExcluirA imagem remete mansidão, tranquilidade, simplicidade, ou seja, tudo de bom que a vida tem...
Ternura de palavras, lembranças, amei!
Abraços e beijos,
Ju