**Eu preparo uma canção. Que faça acordar os homens. E adormecer as crianças** C.D.A
A nossa querida amiga Norma na sua série Poetando com no seu blog pensando em família ,os convida a dizer, sobre um poema que gostaria de compartilhar e assim como não poderia ser diferente venho com o conterrâneo na interação.
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond de Andrade
Publicado em 1940, na antologia Sentimento do Mundo, este poema foi escrito no final da década de 1930, durante a Segunda Guerra Mundial. É notória a temática social presente, retratando um mundo injusto e repleto de sofrimento.
Do site culturagenial.com
Grato pela visita.
Toninho
Bom dia novo, com esperança de vida!
ResponderExcluirBonita escolha, Drummond é uma participação excelente.
O Amor sempre resulta, jamais é inútil para quem é amado.
Ele deve ter tido uma grande decepção, mas, mesmo assim, o Amor merece ser amado. Vale a pena. Resulta num coração fecundado de coisas boas, lindas e não findas como ele mesmo disse.
Que bom trouxe ao blog!
Participei lá no blog dela, juntamente com outras amigas.
Ressuscitar poesias num mundo de guerras é uma grande iniciativa da amiga.
Parabéns aos dois amigos!
Tenha um dia abençoado, querido amigo Toninho!
Com perfume de poesia e paz de espírito.
Milton sempre perfeito.
Bela Itabira de dois grandes poetas, o ressaltado e Você.
Beijinhos fraternos e carinhosos
😘🕊️💙
É bem pertinente este poema!
ResponderExcluirUma bela escolha!!!😘
gostei https://sintrabloguecintia.blogspot.com/
ResponderExcluirBom dia. Linda partilha que, infelizmente, ainda retrata nossa contemporaneidade, Não conhecia este poema. Levando para compartilhar. Bjsss
ResponderExcluirMaravilhosa publicação. Adorei. Abençoada inspiração :)
ResponderExcluir-
Nas dobras do tempo...
Beijos. Votos de uma excelente semana
Boa tarde, Toninho!
ResponderExcluirUm poema levado pelos braços da sombra da morte na guerra.
Grande poeta de Itabira com notória influência na cultura Brasileira.
Abraço, amigo.
Um poema magnífico, escolheu! E ele nos faz refletir sobre a realidade. Você ainda nos presenteou com o grande Milton! Parabéns, amigo! Abraço.
ResponderExcluirVoltando aqui, tinha certeza já tinha entrado o comentário. Adorei tua escolha, Toninho e incrível como mesmo tendo sido escrito há tanto tempo, é atual... abração, lindo dia frio! chica
ResponderExcluirTão lindo, tão pesado, tão atual ...
ResponderExcluirBela partilha.
Beijos.
blogjoturquezzamundial
Boa tarde Toninho.
ResponderExcluirInteressante é que muita coisa ainda prevalece, mas com certeza muita coisa boa aconteceu desde então...
O amor é o projeto de vida mais caro, mais raro, mas que vale a pena porque Jesus até morreu em prol de espalhar o verdadeiro amor, que está dentro de cada um de nós...
Amigo, desejo uma noite abençoada, nas paz de Deus, Jesus e os anjos.
Abraços fraternos.
Ju
Adoro Drummond de Andrade, e este é um belíssimo poema.
ResponderExcluirAbraço e saúde
Boa tarde Toninho,
ResponderExcluirUm poema muito belo de Carlos Drummond de Andrade que poderia ter sido escrito na atualidade, tal a similaridade em que vivemos.
Bela participação no desafio de Norma.
Eu deixei lá no Blogue um poema de que gosto imenso.
Beijinhos e uma tarde muito abençoada.
Ailime
Excelente escolha, Toninho
ResponderExcluirParticipastes lindamente.
Uma ótima tarde.
Um carinhoso abraço
Verena.
Venho despedir-me e encontro um 'post' excelente com o canto de Milton Nascimento, poesia de Drummond de Andrade e envolvendo estes elementos, o seu imenso amor pelo seu torrão natal -- as suas Minas e a sua Itabira que eu aprendi a admirar e a estimar consigo, neste 'blog'...
ResponderExcluirO poema é assertivo, cru, forte, sem eufemismos.
Que não se fuja à vida, não é tempo de desânimos, é tempo de viver... Eloquente quanto baste.
Foi muito bom passar pelo seu espaço amigo e acolhedor.
Voltarei, se Deus quiser...
Tudo bom para si e sua amada família.
Dias bons, leves e animados.
Até à volta, querido amigo. Um abraço já saudoso.
~~~~~~
Viver é uma luta diária!
ResponderExcluirUm poema que ganha mais actualidade ainda, no tempo presente!
Magnifica partilha, Toninho!
Beijinhos!
Ana