terça-feira, 27 de maio de 2025

A minha rua.

 


A minha rua.


A minha rua vive nas lembranças,

no chão a nudez de cores vermelhas.

Às vezes é tão vazia sem crianças,

quando juntas são como as abelhas.


Na minha rua a luz é o candeeiro,

sob postes mariposas suicidas,

mortas de calor como no braseiro.

Sofro pelas mariposas esmagadas.


Na minha rua as casas são iguais,

um banco de madeira no portão,

é ponto de encontro dos vizinhos,

contando causos de assombração.

 

Quando chove ela é lama pura,

navegam os barquinhos de papel.

Para os meninos da vila aventura,

correr sob a chuva como um corcel. 

 

Toninho

03/04/2025

Grato pela leitura

Inspirado em Rosélia :

https://www.idade-espiritual.com.br/2025/04/minha-amada-rua.html


13 comentários:

  1. Te inspiraste muito bem lá no post da Roselia e cantaste tua rua com riqueza de detalhes e saudades. Adorei a parte dos barquinhos de papel "navegando" nos dias de chuva.Doces memórias !

    Linda poesia! abração, ótimo dia! chica

    ResponderExcluir
  2. Olá, tudo bem?

    Muito bacana esse teu poema, também me faz lembrar de ruas da minha infância.

    ResponderExcluir
  3. Querido amigo Toninho, por incrível que pareça, nossa rua da infância tem similaridades. Tinha eu que ir ao colégio de galocha... de tanta lama quando chovia e era de barro. Eu nunca brinquei na rua. Nunca tive uma amiguinha de rua. Roda dos primos era no próprio quintal grande mesmo.

    "Sofro pelas mariposas esmagadas."

    Quanta sensibilidade, amigo!
    Chega doer o peito ao ler.
    Hoje em dia, tem quem mate por prazer outros seres humanos sem dó nem piedade.
    Barquinhos de papel na chuva é muito simbólico... eles servem para levar mensagens do coração.
    Muito obrigada pela linda inspiração.
    Nossa rua de infância tem história para contar.
    E você, conta causos como ninguém, tanto em prosa como em versos.
    Parabéns!
    Muito obrigada por valorizar posts dos amigos.
    Tenha uma semana abençoada!
    Beijinhos fraternos de paz e gratidão
    🤝😇🙏😘

    ResponderExcluir
  4. A rua que guarda nossas boas memórias está sempre alumiando os detalhes de um dia de chuva, de outro de sol e pintando um quadro inesquecível que aqui em teus versos se perpetua.
    Amei o poema, Toninho.
    Abraços,
    Carmen

    ResponderExcluir
  5. Nossa rua de infância é um ser especial, amigo Toninho, quase uma entidade. Ela é repositório de nossas saudades e de muitos desejos inconfessados. Na minha rua havia muitas crianças, regulavam de idade e a gente brincava até cansar. Depois entrava, tomava banho e pra caminha! Doces lembranças.

    Você desenhou sua rua com uma nitidez fantástica, e nas entrelinhas uma saudade boa. Que lindo esse poema, faz a gente viajar.
    Um abraço, Marli

    ResponderExcluir
  6. Depois que saí do meu Alentejo nunca mais vivi numa rua que sentisse tão minha, como na "minha rua" das Cruzes.
    Adorei o seu poema, amigo Toninho. Sinto perpassar em cada verso, a saudade que tão bem conheço.
    Um forte abraço com amizade.

    ResponderExcluir
  7. Olá, amigo Toninho, mais um desafio fizeram a você, para escrever sobre a sua rua, e o resultado aí está, nesse ótimo poema, quer na forma, quer no conteúdo.
    Esse é o grande poeta Toninho.
    Uma uma boa semana.
    Grande abraço, amigo!

    ResponderExcluir
  8. Olá querido Toninho,
    Ler tua poesia é sentir o coração pulsar em cada verso! Que beleza de lembrança!
    Deu até vontade de tambem dizer....

    A minha rua era cheia de crianças
    de todas as idades, tudo misturado.
    Havia brincadeiras nas tardanças
    sem qualquer perigo no asfaltado.

    Paz e bem!
    Beijinhos!

    ResponderExcluir
  9. Excelente poema que penso ser baseado na rua da tua infância e com tão bela descrição consegui visualizar a rua com crianças brincando.
    Parabéns, Toninho!
    Beijinho e óptimo dia de paz!😘

    ResponderExcluir
  10. A rua da infância onde não havia tempo... apenas alegria...
    Lindo...
    O Com Amor tem hoje um desafio...
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderExcluir
  11. Boa tarde Mineirinho
    A nossa rua fica sempre na memória, as da infância trazem-nos recordaçoes que o tempo não apaga.
    Que belo este poema.
    Gostei bastante.
    Deixo um beijo.
    :)

    ResponderExcluir
  12. Ah...eu também lembro da minha rua, esqueci várias, nada tinham de especial, mas essa rua de confraternização com os vizinhos, sentados jogando conversa fora... eu não esqueço! Mas era a rua da minha infância, rua dos meus sonhos!
    Maravilha, querido amigo, eta poeta bom!!! 😄
    Beijo, um bom fim de semana que no Brasil começa na sexta feira! rssss

    ResponderExcluir
  13. Tantas lembranças veio despertar , meu querido amigo, do tempo em que não havia tempo contado , do tempo que havia tempo para tudo . Tudo era novo embora se repetisse e até a terra era palco de brincadeiras com os pés nus chafurdando na lama . Até a chuva era maus maus mansa , benção amaciando os dias de calor . Que poema mais lindo com a sua sensibilidade misturada com os laivos de Natureza como tão bem sabe combinar
    Um grande abraço e muita saúde , Toninho 😘

    ResponderExcluir



Obrigado pela sua visita.
Alguma dificuldade ou desconforto neste blog como tamanho de fonte, dificuldade de comentar, links maliciosos etc favor comunicar para corrigir.
Caso não tenha um blog poderá comentar como anonimo e no fim colocar seu nome ou não para que possa agradecer.
Fique a vontade!
Meu abraço de paz e luz.