terça-feira, 15 de junho de 2010

A GENTE SE ACOSTUMA.

A gente se acostuma.
O ser humano tem uma forte tendência a se acostumar às varias situações, que a vida se lhe apresenta. Em cada etapa de nossas vidas estamos sempre colocados a enfrentar desafios. No inicio enfrentamos a situação de conviver com nossos primeiros medos e frustrações, bem como nossas primeiras aventuras. O medo de cair na falta do equilíbrio, que nos faz engatinhar e inversa/inocentemente a coragem para agarrar o rabo de um felino ou mesmo de um cachorro, ou se aventurar descer perigosa escada. Ali se dá o inicio da proteção assistida.
E acostumamos a ter proteção vigiada, entregamos a ela sem perceber, que ela um dia vai embora. O medo de errar nos persegue ao longo da vida, que às vezes nos impede de buscar novas aventuras e sucessos, vamos acostumando a fazer que nos parecessem mais fácil ou menos perigoso numa escala inconsciente de risco, que ficou enraizada em nosso subconsciente. Podem ter origens aí nossas frustrações, nossos fantasmas, que assombrarão nossa caminhada.
Na longa jornada deparamos com a vida nua e crua a ser vivida, quando aquela mão já não nos ampara. Os modelos que se apresentam nos chocam. É quando passamos a não querermos a acostumar com os parâmetros impostos por nossas famílias, igreja, escola e a sociedade. Tempo de apurar nossas vocações profissionais e políticas. Justamente neste momento em que muitos se perdem pela falta da base para este decisivo instante da vida. Muito comum ver pessoas estiradas pelas estradas da vida nesta etapa, onde as proteções não se evidenciam, e às vezes nem são aceitas. Neste momento, que muitos se perdem pelas drogas, alcoolismo como sendo caminho mais fácil da alienação perante as dificuldades. Processa-se a total negação.
Acostumar se transforma numa perigosa entrega às apatias tão comuns, quando a pessoa se sente incapaz de lutar contra a desordem familiar, social, política e econômica. Passamos a ser vitimas deste rolo compressor. Vive-se no limite da razão, neste período alguns se engajam a uma tendência política e ou filosófica, ou mesmo buscam filiação a partidárias. Há registros até mesmo de casos de suicídios nesta fase em que tudo parece não ter solução, quando o pensar extremo invade seres nas suas buscas, que culmina com tirar a própria vida. Desilusão total.
Aceitar e acostumar são as novas inquietações, na fase que entramos numa espiral existencial, quando somos levados ao exercício de uma função no sistema produtivo. Nesta miscelânea entramos no ápice da vida profissional e começa a ter de aceitar péssimos gerentes, imbecis dirigentes aceitando em nome da comodidade sobrevivente, de defender o pão nosso de cada dia. Nessa jornada escalada, aceitamos a pobreza do pensar geral do salve-se quem puder. Já não somos seres racionais na integridade da essência e desfilamos pela vida, nutrindo nossas mais terríveis decepções e frustrações, pela incapacidade de resolver as questões cruciais humanas e sociais. Processa-se a insatisfação.
Assim é preciso uma ação multiforças com sabedoria, na preparação de nossas crianças, nossos jovens na maneira de se conduzir na longa jornada. Nesta ação de mãos dadas famílias, escolas e comunidades arrastando a igreja, na orientação pessoal vocacional, no exercício de fazer prevalecer os melhores e capazes, na condução dos processos. Criar a responsabilidade política e fazer mudar todo pensar e exercer de uma função política. Processa-se a reflexão.
E penso que se assim procedendo teremos homens melhores e pessoas mais felizes.
Toninhobira/15/06/2010

Um comentário:

  1. Toninho você tocou com uma fina dose de talento num assunto que acho ser o grande responsável por tantas mazelas no nosso cotidiano. A falta de preparo das pessoas para enfrentarem a vida depois de se desgarrarem das "tetas" que os geraram. O incitamenteo quase obrigatório ao sucesso e o apelo exagerado para se obter bens como forma de se legitimar como gente, junto com a ausência de idealismo, são, a meu ver, os causadores dessas angústias que norteiam pensadores lúcidos como você. Oxalá esta sua crônica seja lida por muitos e muitos e muitos e refletida bastante. Muito importante e sábio tudo o que você disse aqui. Meu abraço. paz e bem.

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