sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Viver no carcere.







 Imagem Google

 
 Viver no cárcere.

 Vive na melancólica saudade da liberdade
Com sonhos que se perdem nesta distancia
Por entre garras humanas de vil maldade
Perde-se nas teias lembranças da infância

Assim a cada dia que nasce uma certeza
Que é viver na estampa da dor pungente
Com memórias tantas num canto de tristeza
Nesta noite triste o pranto pedido clemente

Como pássaro urbano com desejos de voar
Alçar um vôo ousado para a mata em festa
Mas sente, derreter suas asas em pleno ar.
 
 É um pássaro proibido do desejo de amar
Num canto lúgubre da saudade indigesta
Assim morre a cada dia de sede neste mar.


Toninho.
08/08/2011

Aqueles que negam liberdade aos outros,
     não a merece para si mesmos.  Abraham Lincoln


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

TEM UM POSTE NO CAMINHO.











Imagem propria.




Da janela a estranheza e a decepção de mãos dadas. Este olhar sobre a cidade, onde se vive numa gaiola e quando sai pelas ruas encontra se numa selva, cheia de feras. Falo de uma capital, ou seja, de qualquer capital deste país, onde os nossos mínimos direitos são desrespeitados. De minha janela vejo com olhos tristes indignados, a dificuldade dos portadores de deficiências em constantes constrangimentos causados por motoristas, empresas de prestação de serviços, como as de energia elétrica e telefonia. São os postes, orelhões todos implantados no meio das calçadas, ou passeios, onde os pedestres em labirinto buscam seus caminhos para suas atividades.

Vejo uma faculdade e na sua calçada, onde deveriam passar livremente pedestres, vejo carros estacionados na diagonal com suas frentes encostadas no muro da escola. As pessoas se deslocam para a rua, se expõem aos veículos. Para meu espanto, vejo fiscais controladores de transito, passam pela rua reordenam os taxis, que se acham donos da rua, mas o mesmo órgão com seus ineficientes inspetores, não têm olhos, para os carros sobre a calçada. Agora vejo o deficiente visual, com sua bengala metálica, toca no poste e desvia, mais a frente toca num veiculo, novo zig zag desviando das armadilhas. Resmunga indignado para o além, como não querer acreditar, se bate num orelhão em forma de berimbau. Nova manobra, difícil travessia para ele, que bem merecia receber um troféu por vencer tantos obstáculos.

É revoltante a inércia das autoridades municipais com estabelecimentos comerciais e escolas, que não tem o mínimo de respeito com os cidadãos pedestres, que precisam das calçadas. Posso imaginar o tipo de cidadão que se forma nesta escola, desinformados cultural e politicamente. Queria crer que as autoridades, quando da liberação de um alvará para funcionar uma escola ou estabelecimento qualquer, deveriam em primeiro lugar, exigir que se apresentasse o sistema de estacionamento, vagas especiais, acessos para pessoas deficientes, saídas de emergência, sistema de incêndio e etc. Quer dizer o politicamente correto só ficou no papel numa gaveta suja da corrupção. Assim ficamos a Deus dará ou salvem-se, quem puder. 

No direito de ir e vir livremente, pois sempre temos um poste, um orelhão ou mesmo um carro sobre a calçada e às vezes carros com logomarcas do estado ou municípios. Fico a pensar no grande Drummond ao encontrar uma pedra no seu caminho, que retida nas retinas cansadas lhe inspirou um poema histórico. Agora imaginem, o que o inspiraria, se fosse um poste ou um orelhão em forma de coco verde. Ele criaria uma crônica, ou jogaria na cabeça destes pobres mortais ridículos?

Pense bem, quando for estacionar seu carro, você poderá estar sendo observado.
Mas seria preciso isto? 
Sentir-se  vigiado, para fazer o correto?
Pense bem.

Toninho
28/07/2011

domingo, 7 de agosto de 2011

O canto dos pássaros









 Imagem Google




Da janela do quarto a natureza se manifesta.

Pela manhã eles se reúnem em linda orquestra,

Que diariamente recebo silente embevecido.

Um presente da natureza na arvores que resta,

Resistente à fúria do pobre homem embrutecido



É o casamento perfeito que sempre testemunho,

Nesta mistura de cantos de pássaros perdidos,

No meio desta selva onde apenas pardais vivem

Eles incorporam às arvores e ali se reproduzem.



São pássaros saltitantes na bela festa matinal.

Arriscam manobras suicidas num vai e vem.

Que olhos umedecidos emocionam neste quintal,

Na linda aquarela que se constrói nesta imagem.



Mas quando a cidade acorda com todos os sons,

Batem em revoadas, fecha-se o meu encanto.

E de minha janela ainda ouço os últimos tons,

Com a esperança de amanhã o novo encontro. 



Toninho
05/08/2011
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 Pensamento:
Sei muito bem do
drama dos pássaros,
a disputar audiência
com os grandes ruídos do tráfego. (Professor Hermógenes)
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Inspiração: 

Numa  cidade chamada Itabira(MG), um movimento de soltura de pássaros foi bem sucedido e hoje as casas recebem visitas de passaros pela manhâ, apesar de tudo eles ainda sobrevivem no meio de toda poluição sonora. Especialmente no quintal da casa de meus pais recebe a ilustre visita de Maritacas, Jacus, sabiás, Canários, periquitos, isto devido as arvores frutiferas, que por lá ainda permanecem.