Na taça sobre a mesa jorra saudade,
que sorvo na noite sem a esperança.
Beijo a borda da taça na ansiedade,
como Sócrates na cicuta fez aliança.
A garrafa testemunha meu padecer,
ora tomba e despeja outra dose fatal,
que a boca se delicia em puro prazer,
de quem se entrega ao mundo irreal.
Sobre a mesa alumia o velho lampião,
que a mariposa está preste a suicidar,
nem imagina minha dor na decepção,
ver inúteis batidas de asas para voar
Mas a garrafa declina-se sobre a taça,
derrama fumegante a derradeira gota.
Olho para a foto no sorriso sem graça,
a luz se apaga, ouço batidas na porta.
Toninho
20/05/2017
Inspiração em
fotografia.
coincidência 30 dias após.
coincidência 30 dias após.
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Oi Toninho. Quanto tempo!
ResponderExcluirAinda estou muito adoentada.
Com uma taça de vinho saiu uma bela poesia
Beijos no coração
Lua Singular
'Noites assim'_ pedem poesia e a companhia do vinho para aquecer o friozinho que já vem chegando com a nova estação.
ResponderExcluirSó aos poetas é dado o privilégio de desenhar com palavras os sentimentos ,
Parabéns ,poeta.
Querido Toninho
ResponderExcluirComeço por lhe dizer o quanto me sensibilizou a escolha que fez do fado da nossa Fernanda!
O poema é uma definição pungente de saudade, que, à noite, nos faz sofrer ainda mais.
Que belo poema!Muitos parabéns.
Seja qual for o tema, a sua qualidade permanece inalterável.
Um beijinho
Beatriz
Toninho, deu até pra ouvir o bater das asas da mariposa antes de cair,queimada pela lua...Linda inspiração e cenário descritps poeticamente.abração,chica
ResponderExcluirUma noite melancólica e de reflexões...
ResponderExcluirBonito poema!
Abração
A gente vai lendo e sentindo a dor , o soluçar, o silêncio, o som do amor. Bom dia de luz. No blog tem a cor dos pássaros
ResponderExcluirBelíssimo caro amigo Toninho ,uma sentida saudade que certamente nos faz reflectir nos porquês da vida ,mas quem sabe se as batidas na porta não seja a luz da esperança ,muito obrigado por este momento grandioso ,um grande abraço amigo Toninho
ResponderExcluirBoa noite Toninho,
ResponderExcluirUma noite saudosa, um vinho e uma saudade, ingredientes perfeitos para uma belíssima composição. A nostalgia trouxe uma bela inspiração. Agradeço a bela leitura
Bjs no core amigo!
Há noites assim... mas esta solução é sempre a pior opção... afinal bateram à porta...
ResponderExcluirPoderia ter acontecido tanta coisa... até acidente, algo que impediu a chamada telefónica...
Lembrei-me de uma nossa atriz muito querida que, ao sair do trabalho, alta noite, foi obrigada a parar o carro e ficou na estrada sem carro. telefone, e carteira...
O desencontro pode ser terrivelmente doloroso, sim, principalmente quando se trata de uma oportunidade única...
Muita sensibilidade e talento, na criação de mais um poema. triste, mas belo.
Grande abraço de ótima amizade.
Beijos
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Há noites assim... mas esta solução é sempre a pior opção... afinal bateram à porta...
ResponderExcluirPoderia ter acontecido tanta coisa... até acidente, algo que impediu a chamada telefónica...
Lembrei-me de uma nossa atriz muito querida que, ao sair do trabalho, alta noite, foi obrigada a parar o carro e ficou na estrada sem carro. telefone, e carteira...
O desencontro pode ser terrivelmente doloroso, sim, principalmente quando se trata de uma oportunidade única...
Muita sensibilidade e talento, na criação de mais um poema. triste, mas belo.
Grande abraço de ótima amizade.
Beijos
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Caro amigo
ResponderExcluirSomente aos talentosos e inspirados como você, é dado a magia de transformar uma situação de desalento em algo grandioso.
Um abraço.
Olá Toninho,já ouvi muito essa cantora, meu tio Antonio português tinha todos os seus discos, e era do mesmo ano que ela, se não me engano de 1942, lembranças .. ele faleceu há um tempinho. sdsss
ResponderExcluirUm belo poema amigo, brilhante! abraços!
Lindo dia meu querido amigo Toninho. O poema é tão intenso que provoca até a sensação de está vivenciando os momentos da sua inspiração. Saudade. Desânimo e a entrega ao vinho para aliviar a dor da saudade. Que bom que bateram a porta. Um poema um pouco triste,mas muito lindo. Um feliz dia. Grande abraço.
ResponderExcluirOlá, Toninho.
ResponderExcluirNinguém sabe do destino da mariposa! Que ela resista à luz que mata.
Mas a uma boa taça de vinho... nem a mariposa resiste!
Linda poesia, com um toque invernal.
Um bom vinho e a poesia transborda no correr da pena!!! Bj
ResponderExcluirOlá, amigo Toninho!
ResponderExcluirO poeta se inebria com o vinho e eu, amante da poesia, com o Amor imenso que 'derruba' o poeta e que dela exala por todos os versos...
Causa e efeito de todo jeito...
Todo cenário ficou lindo no contexto do poema! A lamparina é muito simbólica, pois, como metáfora, nos lembra do Fogo Santo que nunca pode se apagar em nós, definitivamente.
Deus te dê inspiração para sempre nos elevar e nunca deixar de alimentar a sede nossa, como seres humanos, do Amor que em nós já habita!
Seja abençoado e feliz!
Bjm de paz e bem
Oi Toninho,
ResponderExcluirObrigada pelo carinho da sua visita
Beijos
Lua Singular
Uma poesia pejada de metáforas e um lindamente regada com um fado, com toda a sua dor cantada.
ResponderExcluirUm brinde ao poeta, mas com um copo de vinho feliz, de convívio e partilha, ao invés de saudade.
Abraço
Ruthia d'O Berço do Mundo
Belezura de poema, meu caro.
ResponderExcluirUm bom vinho. Um bom fado. Ergo a taça para brindar a este seu espaço...
ResponderExcluirBeijos.
Belíssima postagem, Mineirinho. Uma companhia e um bom vinho. Bah! É bom demais.
ResponderExcluirÓtima semana.
Beijinhos.
SALUD!!!!!
ResponderExcluirABRAZOS
Báh, mas que criação linda, meu amigo Toninho!!!
ResponderExcluirAdorei, inspiradíssimo.
A garrafa testemunha meu padecer,
ora tomba e despeja outra dose fatal,
que a boca se delicia em puro prazer,
de quem se entrega ao mundo irreal.
Beijo, meu amigo! Uma feliz semana!
Batidas na porta... quem sabe alguém voltando... um poema escorrendo talento, em cada palavra... que termina com esperança... e mais um final em aberto... onde tudo pode acontecer!
ResponderExcluirAdorei, Toninho!
Abraço
Ana