Um trem chamado Sossego inspirou-se num belo texto do nosso amigo Betonicou , mineiro de Santa Luzia, que escreve divinamente e que a mim foi indicado apresentado pela querida Smareis . Ah, eu também sou mineiro. Então vamos lá conhecer e prestigia-lo betonicou.blogspot
Vem dele o texto abaixo:
“Nos trilhos viaja a Maria, e de sua lenha exala a fumaça.
Leva e traz aos recantos de Minas, as gostosuras:
O açúcar de cana, e a mais pura cachaça.
Serpenteia nas matas a vida mineira. Vários apitos
no vai e vem.
Ao longe, se vê a fumaça que a magia da terra retém." (Betonicou)
Vem dele o texto abaixo:
“Nos trilhos viaja a Maria, e de sua lenha exala a fumaça.
Leva e traz aos recantos de Minas, as gostosuras:
O açúcar de cana, e a mais pura cachaça.
Serpenteia nas matas a vida mineira. Vários apitos
no vai e vem.
Ao longe, se vê a fumaça que a magia da terra retém." (Betonicou)
Caminhava
lento em direção à estação num dia sem inspiração. O Sol tímido despontava por trás da Serra do
Curral.¹ A cidade acordava com seus pássaros urbanos, ronco dos motores. A fumaça
do diesel ardia meus olhos e para alvoroço da passarada do Parque Municipal.².
Assim entrei no trem Sossego na estação, sem saber para onde me levaria. Sabia,
que passaria pela estação Esperança.
Como
o menino de anos atrás da cidade de Itabira do chão vermelho como pé de pomba, corri
para a janela, as imagens passavam ligeiras, como o tempo para o menino. O que
via enchia-me de encanto, de vez em quando respingava no rosto água cristalina
e fresca, nascida das pedras, quando o trem passava pelo túnel.
Às
vezes entre arvores sentia ternura na cantoria do Curió e do Canário do Reino e
outros tantos que nem sei o nome, era como uma boa vinda, para o dia de não
fazer nada. Um céu azul cobria os campos verdejantes da região, de quem viaja
para o norte mineiro, onde nuvem azul era fantasma da seca esmagadora àqueles
bravos sertanejos das páginas de Guimarães Rosa, que os fez crer, que na vida é
preciso mesmo ter coragem e ação no embrulhar constante.
A
cada estação o convite para descer, mas meu coração dizia ficar. Olhava
preguiçosamente a plataforma, fechava os olhos. Neste sobe e desce a paz que
buscava, estava no trem, que apitava continuamente pelas cidades. Havia uma
magia naquele trem, do menino que sonhava ser maquinista do trem que ia para
Vitória encontrar o mar, mas que mudava a cada estação.
De
repente um apito estridente e continuo, era o fim de mais uma viagem de ver de
trem as belas terras das Gerais. Meu coração acelerou na plataforma ao ver
aquela menina de anos atrás, agora moça bonita de tranças negras pelo ombro.
Olhos se encontraram e vi que era feliz, quando ela se dirigiu em minha direção
com um sorriso leve. O trem partiu e eu ali na plataforma de frente para o meu
passado.
Toninho
Nota:
1- A
serra do Curral integra o maciço da serra do Espinhaço. É o limite leste do
município de Belo Horizonte. Seu nome alude a Curral del Rei, primitiva
designação da localidade onde foi erigida em 1897 a capital de Minas Gerais,
Belo Horizonte
2- Parque
no centro da cidade, ao lado da Avenida Afonso Pena um pulmão para a cidade.
Boa semana
para você.
Grato.
Bom Dia, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirAh! que saudade desta viagem que já fiz 3 vezes e está programada uma nova para novembro.
Tem alguns Estados do Brasil que me marcaram o 💙. Minhas amigas maneiras me esperam por lá. Amo a broa de milhoe o biscoito de polvilho. Dá até vontade de chorar ao ler este post...
Meu passeio de formatura do curso Normal foi à Maquine, amigo.
Lá tem um cardápio à minha espera cada vez que vou e o frango com quiabo e polenta o experimento de vários sabores a cada dia numa das casas que, ansiosamente, me esperam para acolher, mal sabendo eles que meu 💙 é pura festa e alegria por estar entre as pessoas mais acolhedoras e referência nacional do nosso amado Brasil.
Muito emocionante esta viagem de trem (meu filho fez a carteirinha ferroviária para mim), obrigada por trazer este cenário que vou desfrutar em breve, se Deus quiser...
Nosso eu real sabe bem onde ser feliz, simples assim!
Me senti visjando por como descreveu e num cenario deslumbrante com quaresmeiras divinais... rios, cachoeiras e MUITO mais...
Tenha toda bênção divina sobre você e os seus!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem
P.S. Desculpe-me alguns erros digitais por estar no celular:
ResponderExcluir*Maquiné (Que gruta maravilhosa! Que cores colossais!)
*viajando
*cenário
Um excelete Domingo cheio das bênçãos de Deus!
Aqui sem palavras... Lindo e emocionante demais,Toninho. Viajasmos contigo ao passado...adorei!
ResponderExcluirBeto escreve mesmo muito bem e assim como tu, encanta@
Foi um belo momento de leitura!
Abração ! Tudo de bom, chica
Linda essa prosa poética, meu amigo Toninho, uma escapadinha pro passado é descansar da realidade meio tumultuada nesse nosso país, atualmente. O final da prosa está muito bonito! Andei muito pouco de trem, infelizmente, gostaria de ter andando bem mais na minha infância, fase em que guardamos fortes recordações.
ResponderExcluirQuanto ao nosso amigo em comum, o Beto, do 'Betonicou', escreve lindo, também frequento seu blog.
Beijo, Toninho
Uma publicação fantástica. Tão bom recuar ao passado por bons motivos. :))
ResponderExcluirHoje » Sussurrei ao mar.
Bjos
Votos de uma boa noite.
Viajei pelas linhas distintas das paisagens emotivas, tão bem descritas, tão bem contadas; passeio alvissareiro no tempo de sempre.
ResponderExcluirLinda postagem, amigo Toninho. Grata pela partilha.
Feliz Outubro pra vc.
Calu
"Um trem chamado Sossego" inspirou-o de uma maneira fantástica. Este texto é maravilhoso e com uma imagética lindíssima...
ResponderExcluirUma boa semana, meu amigo.
Um beijo.
Bom dia Toninho,
ResponderExcluirA sua prosa é majestosa e este belissimo texto é bem a prova disso.
Adorei viajar neste trem chamado sossego. Uma viagem de memórias descrita com o coração.
Beijinhos e uma semana de paz.
Ailime
... “Ó, Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais”!
ResponderExcluirLindo texto, com história e boas lembranças... Trem Sossego, esse dos bons!...
Abração
Boa tarde Toninho
ResponderExcluirAgradecendo suas visitas no blog e desejando que o Mês de Outubro seja de alegria,paz...
Palavras que emocionam,lindo seu poema.
Abraço
Viajei com vc e me deu vontade de fazer mais viagens de trem na busca deste sossego tão necessário que nos remete às historias pessoais e nos conforta nas saudades. Linda postagem, boa semana, bjs
ResponderExcluirQuerido Toninho
ResponderExcluirMuito obrigada pela sua visita ao meu blog.Os meus afazeres não me permitem navegar na Net como costumava: cuido do meu pai.
Este seu texto é de uma magia única!Fechei os olhos e imaginei-me a fazer essa viagem:que bonito!
Continuação de uma excelente semana.
Um beijinho
Beatriz
Lindo texto cheio de poesias e que nos leva a viajar na beleza de suas palavras, de seu pensar transporto para o papel.
ResponderExcluirBeijos!
Querido poeta de Minas, muito obrigado pela linda homenagem, a mim divinamente prestada nesse lindo e grandioso texto! Quando Smareis me apresentou, a poetas e escritores de gabarito, me senti imerso num mundo novo e ali eu era um pequeno peixe a nadar num grande oceano de tubarões, (Grandes poetas e escritores)e aqui estou eu sendo homenageado por você, grande poeta de Itabira e de minas, e me lembrando também do lindo passado que certamente compartilhamos o mesmo trem, para nossas inocentes e lindas fantasias. O passado me visitou lendo seu belo texto, e fico agradecido por ter-me levado de volta, ao meu inocente sossego de criança e juventude. Saúdo ao poeta, com um abraço terno e mineiro. Bravíssimo! Deixo aqui também, um trecho de um texto meu. “Nos trilhos viaja a Maria, e de sua lenha exala a fumaça.
ResponderExcluirLeva e traz aos recantos de Minas, as gostosuras:
O açúcar de cana, e a mais pura cachaça.
Serpenteia nas matas a vida mineira. Vários apitos
no vai e vem.
Ao longe, se vê a fumaça que a magia da terra retém."
Estimados Amigos.
ResponderExcluirEste 'post' não estava esquecido... estive à espera de algum tempo de paz e sossego, nestes meus dias atribulados, para o poder ler com a atenção que desejava.
Fernando Pessoa dizia que «o valor das coisas não está no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.»
Apaixonei-me por Minas Gerais em minutos, quando numa mini-série sobre pioneiros, vi as suas montanhas filmadas a partir de um pico... senti-me muito emocionada perante tanta grandiosidade.
Portanto, falais de uma região que amais e pela qual sinto sempre carinho e emoção, especialmente na leitura dos suaves versos de imensa doçura que lhe dedicais...
Toninho, o teu texto poético, além de muito belo e expressivo, é deveras comovente...
Esse vídeo tem imagens que muito nos sensibiliza.
Comecei a reparar no Beto no teu blogue, depois fui lendo-o noutros blogues... com tantos amigos em comum, foi fácil ficarmos amigos.
Estou torcendo pelo livro que anda escrevendo e com imensa curiosidade de o ler. Os versos dedicados a Maria estão primorosos.
Agradeço-vos os momentos deliciosos de leitura, transportando-me para uma região mágica deste conturbado planeta, apesar do desgosto da mineração.
Dias de primavera muito aprazíveis.
Ternos abraços para ambos.
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