Elo partido
Eram oito moleques na
rua de terra vermelha. De idades idênticas estavam sempre juntos nas
brincadeiras, no futebol, ou mesmo quando tinha uma tarefa doméstica, se ajudavam mutuamente. Eram como elos de uma corrente os meninos descalços da rua
vermelha.
Na escola sempre juntos
ocupavam as últimas cadeiras, sob olhares atentos da professora. Às vezes aprontavam bagunças, levados ao castigo
na sala da diretora. A pena era rezar o terço ajoelhados, que eles nem sabiam direito a Salve Rainha.
No futebol era o time Os
Oitos Imbatíveis, sempre campeão dos torneios no campinho da vila. Naquele ano na decisão do torneio, tiveram problema com a doença de um dos moleques. Para eles foi um
rompimento de um elo da corrente, que fragilizada perdeu segurança e funcionalidade.
Nesta decisão foram
derrotados. O elo substituto não tinha afinidade com eles, foi uma dura lição
para eles. Aquela corrente inoxidável agora com um elo partido era apenas um
grupo de sete meninos comuns.
Depois da derrota
passaram a interagir melhor com os outros meninos e a corrente aumentava cada
vez mais segura com novos elos agregados. A prepotência deu espaço para uma
humildade. Este comportamento teve reflexos na escola, que a professora
reconheceu e foi comentar com elogios junto à diretora.
Toninho
26/11/2024
Grato
pela leitura
Bah,Toninho! Que lindo conto nessa participação belíssima... Os meninos por força dos acontecimentos da vida, tiveram que primeiro ver a força dos elos quando um faltou...Depois passaram a valorizar e se abrir para novos elos formar! ADOREI!
ResponderExcluirE o carinho ao final,linda foto e cartão! Fiquei feliz!
E nada a agradecer...
Os nossos elos são bem fortes e todos fazem parte dessa linda engrenagem que nos move nesse mundo dos blogs!
OBRIGADÃO! abração, chica
Olá.
ResponderExcluirÉ bom fazer parte de uma corrente de amizade assim. Quando um elo quebra, a corrente sente, mas acaba se refazendo.
Bom dia de Paz, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirNossa Chica é diferenciada. Ela não se afasta de nós, não nos abandona por nada.
Ums pessoa incrível, rara nos dias de hoje.
Felicidades para ela hoje e sempre. Muitos anos de vida.
Seu conto, muito bem escrito, mostra como são as amizades hoje em dia: funcionais. Se perdemos a tal da funcionalidade, um desastre acontece. Tudo tem que ser funcional, zero de emoção, verdade, sentimento, fantasia e amor. Bem assim. Você soube bem mostrar a realidade na escrita. Dura realidade insensível. É fato.
Muito bem inspirado.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos