
Dizer que o poeta é um fingidor,
às vezes soa como uma verdade.
Se no âmago do poema há dor,
Como não sentir a veracidade?
Palavras soltas o poeta costura,
cirze expressões no sentimento,
que lhe corrói toda a armadura,
nas entrelinhas expõe o lamento.
É sabedor das dores do social,
sangra versos da desigualdade,
tingi de sangue versos no ritual,
sem rebuscar a cruel realidade.
Quando acena o seu lado santo,
As Bem-Aventuranças ele recria,
unge rimas com todo o encanto,
e nasce o poema de sua alforria.
Toninho
06/05/2018
Entre o escrito e o poeta pode haver um abismo.