segunda-feira, 2 de abril de 2012

Há vida no Outono.









Há vida no Outono.

Porque quero fazer de cada instante a unicidade de sentimentos, recriar e expandir relações, extrair toda beleza, que faça renascer esperanças, sonhos com realizações que solidifiquem a sensação de total felicidade de que se ouve falar em variados livros santos.

Porque quero, que cada suspiro seja um elemento, que me faça melhor aos olhos dos que me amam e gostam e que assim, eu possa cada ainda mais compartilhar todas as delicias de viver em comunhão. Comunhão que nos faça reencontrar a paz, quando há tantos que se desesperam e se matam.

Quero vida de movimentos, em abundancia e exageradamente voltada para o bem estar geral e que nesta r(e) volução de almas e quereres possam viver aquela linda manhã, em sintonia com todos os mistérios das quatro estações. Que cada folha seca emita o som de uma canção ao ser pisada sem se sentir esmagada. Que nessa caminhada possa sentir a maciez deste chão orvalhado, que sonha primaverilmente com as cores e perfumes que virão.

Como não se embevecer perante as maravilhas da natureza, que nos encanta e surpreende em cada movimento da poderosa transformação do grão numa linda arvore e ou em abundante alimento, que sacia a fome e faz a alegria dos campos ou mesmo, quando em flores belas e perfumosas se transformam deixando no ar um frescor e perfume de paraíso.

Como não se encantar diante dos mistérios da reprodução de vidas em todos os reinos no perfeito equilíbrio e sincronismo com as básicas necessidades de todos os seres, que vivem em harmonia, sem agressões e se preservam apenas perante a lei da seleção natural, mas nunca pela incompreendida mania da dizimação de vidas.

Mas vida veja, o que os homens estão fazendo!

Toninho 22/03/2012.


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Uma bela semana de fé com todo espirito de fraternidade.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Retiro










O retiro.

Às vezes a mente implora e temos que atender, são os incômodos da mente. Eles podem nos vir com rompimento de uma relação, numa mal sucedida carreira profissional ou mesmo por uma decepção, com aqueles que julgávamos nosso porto seguro. Incômodos que nos torturam, como uma perda de familiares onde sentimos o chão se abrir em enormes crateras.

Assim alguns se refugiam em profundo silencio que eu chamo de retiro espiritual, para de lá ressurgirem, fortalecidos e prontos, para a longa jornada nesta vida. Viver é mesmo estar nesta eterna mutação, enfrentando todas as adversidades em cada dia. Ao se retirar pode a pessoa fazer uma autoanalise com reflexões de vida e morte e assim, poder fazer esta volta com beleza e leveza de espírito.

Não creio que devemos matar um leão a cada dia, isto fere nossos princípios de paz e preservação da fauna e flora, logo se cumpre saber que, a vida nada mais é, que esta alternância de situações, que muitos definem como dias felizes e outros não e talvez por isso mesmo, seja ela tão motivadora e interessante. Viver nesta escada, que se alterna, é poder se permitir, viver emoções e encantar-se na sua plenitude.

Com esta simples crônica de reflexão apresento-lhes o novo livro de nosso amigo Jose Claudio “Cacá” do blog “Uai mundo?” Que após morte do pai entrou numa especie de retiro em sua cidade natal, mas externou sua louca vontade de retornar a este mundo virtual que nos aproxima. http://uaimundo.blogspot.com.br/

















Parabéns Cacá por mais este belo trabalho em livro, que encontro na boca do forno, ou melhor, por este livro especial, que vem como uma ferramenta, para reflexões e analises de nosso tão tumultuado cotidiano. Um livro que pode ser lido abrindo aleatoriamente uma pagina e refletir.
Experimentem.

Toninho.
29/03/2012.

link da Editora : http://24.233.183.33/cont/login/Index_Piloto.jsp?ID=bv24x7br

segunda-feira, 26 de março de 2012

Haikais das Minas Gerais



Espinho fatal.
Polpa misteriosa_
Pequi natural.




Informação:
Rico em vitamina A, e vitaminas do complexo B. Sua castanha contém gorduras, cálcio, fósforo e ferro.
Funções: Preserva a visão noturna. Protege das infecções. Atua no desenvolvimento dos ossos e na formação de dentes. É bom para a pele.

Cuidado ao consumir o pequi: ele possui espinhos entre a castanha e a polpa. Apenas raspe a polpa.

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Chuva bem vinda.
Colheita Recorde_
Cafezal  de Minas.


Informação:
As chuvas que fizeram alguns estragos em Minas
não atingiram a região cafeeira.Estima-se recorde na safra.

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Pensamento:
A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas. [Johann Goethe]
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Interação da querida amiga ELisa.T.Campos do blog Pintandohaikais.

Pequi, pequiá
É piqui-do-cerrado
que grande achado

Neste céu de anil
Tem um imenso cafezal
com sabor de Brasil

terça-feira, 20 de março de 2012

No meio das reticências.












No meio das reticências.

Procuro- te nas reticências do espaço.
Suspiro exclamativo de uma euforia,
Sinto que a paz se aconchega no abraço.
Tripla fusão de pontos desta alegria.

Incertas todas as horas de tua ausência
Sombrio porão do coração angustiado
Neste teu sentir reticente sem cadencia
Sobra um vazio de coração abandonado.

No amor não cabe esta incerteza
Pois que ele vive pela intensidade
De todos quereres feitos de clareza.

Dosa-te o pensamento com sutileza
Orna-te em sentimento de eternidade
E viva este amor como uma tigresa.

Toninho.
19/03/2012.

"O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade".
                                                                                                                                        John Dryden

sexta-feira, 16 de março de 2012

A flor do dia















 
 A flor do dia.

 Fecha-se a janela, que dá para o jardim.
Ficam minhas saudades aprisionadas,
Como num jarro a bela flor esquecida.
Sem raios solares morre desbotada.
Pequena flor seus últimos pingos de vida.

Desesper0-me ao ver a flor que murcha,
Sobre a borda da jarra, ela se debruça.
Na janela apenas o lamento triste agora.
Falsa simbiose da flor que se enamora.

Em meio a este abandono que emperra,
Logo a esperança de amar vai embora.
Sem nenhum tipo de alento nesta agonia,
Que faça esperar pela nova manhã de gloria.

Vejo os primeiros raios solares pela janela
Deflorando a manhã, alimentando o jardim.
Sob o olhar atento do beija-flor na festa amarela
De um girassol que se oferece aos raios solares.

Mas a flor que outrora me encantara
Agora ali alheia à fotossíntese, agoniza.
Esta flor descrente dos galanteios solares.
E o ultimo cuitelinho num rasante foi embora.


Toninho.
12/03/2012.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O tear das Serras.












Inhazinha nasceu e viveu pelas terras mineiras nas primeiras décadas após abolição da escravatura. Uma linda mulher que encantava e inspirava os pintores da época na fartura do busto e no brilho alvo dos dentes.

Ela se tornara conhecida na operação de um tear. Com seus movimentos rápidos e sincronizados ela mais parecia uma aranha em meio aqueles fios que tomavam vida e encantavam os olhos espantados da população serrana, tal a perfeição e beleza de sua produção.

Quando arguida sobre sua perfeição com um sorriso nos lábios dizia:

_ O segredo na arte de tecelã está no amor que se toca nos fios e eles nos retribui dando vida ao tecido, o segredo é a suavidade dos toques das mãos num processo de caricias.

Mas Inhazinha tinha um sonho, que era retratar num tecido a beleza dos campos por onde ela vivia e às vezes passava horas nos movimentos e troca de cores de fios. Perfeccionista sempre julgava que não estava próximo ao que idealizara. Algumas vezes perdia a ternura e com fúria desconstruía todo trabalho de um dia, outras jogava tudo num velho baú herança de seus familiares.

Certa manhã sua amiga e vizinha percebeu certo silencio na casa de Inhazinha, então começou a gritar por ela. Sem nenhuma resposta, rapidamente foi para os fundos da casa, onde um gato dormia na janela, mas a porta estava fechada. Preocupada e com medo a vizinha Joana, arrombou a porta e para seu espanto encontrou Iazinha desacordada junto do tear e enrolada num lindo tecido, que mais parecia uma tela. Pelo chão, fios de todas as cores espalhados.

Joana movida pela emoção da beleza do que vira, explodiu num grito que fez acordar Inhazinha. Joana correu para lhe abraçar, por saber que ela estava viva. Então Inhazinha após tomar um copo de água, relatou de sua jornada noite adentro naquele tear desesperadamente na busca do tecido perfeito de seu sonho.

Visivelmente cansada Inhazinha confessou que na madrugada, quando já sem animo, sentiu um toque de uma mão suave sobre as suas e um clarão no quarto e naquele instante o tear parecia vivo e encantado com movimentos mágicos e suaves reproduzindo em tecido tudo que idealizara,quando pronto, movida de alegria e espanto enrolou-se no tecido e adormeceu.

Foi assim que naquela manha da Primavera, todos na região fizeram romaria para conhecer o tecido do sonho de Inhazinha, que sem muita admiração insistia em dizer que fora uma obra dos Céus.




Toninho.