sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ao som do apito.



Ouço um apito do trem na curva,
soa nos trilhos uma velha canção.
Sobre as paralelas de aço desliza,
a chegada é festa do meu coração.

Aqui na minha estação é rotina,
todo santo dia na espera do trem,
aprendi neste sobe e desce colina,
perseverar na espera de alguém.

Vejo um menino de olhar atento,
anda descalço nos trilhos de aço,
com braços abertos para o vento,
feliz silencioso conta cada passo.

Fui como o menino lembro bem,
equilíbrio sobre trilhos brilhantes,
sonhava um dia pongar no trem,
ver o mar com brisa refrescante.

Agora ouço seu apito mais perto,
som repetido que vem estridente,
moleque travesso, braços abertos,
na sua correria grita sorridente.

Então abro meu premido coração.
com incerteza de toda despedida.
Este trem sempre vem à estação.
Fico só. Novo apito na despedida.

Toninho
24/04/2016.
Tem novidade aqui: toninhobira.blog
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Desejo a todos um feliz fim de semana com paz e alegrias.

domingo, 24 de abril de 2016

Primaverar



Quisera não saber deste incolor,
Que acinzenta meu triste olhar,
no outono verão com este calor,
Sem a brisa que sopra deste mar.

Quem sabe pudesse primaverar,
todos os campos deste caminho,
para que seja leve o meu andar,
ouvindo cantoria de passarinho.

As folhas secas onde piso agora,
crepitam desafinadas na tarde,
quando este Sol já vai embora,
e a Lua Cheia vem com alarde.

E se o Sol insistir neste ressecar,
Sigo meus passos às montanhas,
primaverarei o desejo de amar,
que arde nas minhas entranhas.

Lá acordo com ventos de maio,
o frescor pela fresta da janela,
então é outono. Finda o suplício,
ouço do vento o canto à capella.


Toninho
20/04/2016
Aqui tambem: toninhobira.blog
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A todos uma semana de paz.


terça-feira, 19 de abril de 2016

Chove lá fora.



Ouço os gritos do pingo da chuva,
bela queda livre sobre uma lata,
esquecida lá fora debaixo da bica,
trás num som a saudade de casa.

Cada pingo emitia sons ritmados.
Eu os via tão saltitantes, libertos,
como os kamikazes apaixonados,
ao som da orquestra nos desertos.

Na chuva a saudade manifesta,
lembranças interioranas lá fora,
aqui neste barraco é uma seresta,
reviver a minha vida de outrora.

Quando a chuva por fim partia,
da janela se via todo Céu celeste,
descia o pano da sessão nostalgia,
e agradecia a chuva numa prece.

Um retardatário pingo que caia,
eleva meus olhos para o telhado,
vem desta lata a ultima melodia.
Com o som quem vem do passado.

Toninho
15/04/2016

Morei em Belo Horizonte juntamente com outros jovens estudantes interioranos, quando chovia, a gente gostava de ouvir o som dos pingos da chuva sobre uma lata, que estrategicamente deixávamos sob a bica.

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Uma boa semana para
todos nós.


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Paraná o herói.

Minha participação na BC_Botando a cabeça para funcionar Nº5. conheça e participe aqui: chicabrincadepoesia. Logo apos a imagem a minha leitura. 


Ninguém poderia imaginar que tal fato pudesse acontecer. Mas é certa que certas coisas adquirem uma força incomum para acontecerem. Foi assim que o cavalo Paraná se tornou herói para uma família em férias no interior no ultimo verão.

Um menino de cinco anos se desgarrou da família e se encaminhou para o curral passando inocentemente para dentro do curral pela folga entre as tábuas da cerca. Dentro estavam duas vacas recém-paridas com seus lindos bezerrinhos. Ao ver o invasor ficaram em posição de defesa. O menino sorria vendo as vacas cavarem o chão com as patas e sopravam o chão. Achava bonita a poeira, que subia nas ventas das vacas.

Por ação de algum anjo a mãe percebeu a falta do menino. Soltou um grito pelo nome do menino ao perceber que ele estava dentro do curral, gerando uma correria geral para este. O menino que respondeu:
- “Tô aqui com os boizinhos”. Ficaram em pânico quando viram uma vaca se encaminhar em direção do menino. Ficaram congelados.

Como movido de razão o cavalo Paraná partiu em direção à vaca se colocando entre ela e o menino numa clara proteção. No desespero o pai do menino o puxou pelo braço passando-o por entre as tábuas. Neste instante a vaca avançou sobre o cavalo o ferindo com seu chifre e ainda deu uma chifrada na tabua onde o pai do menino acabara de sair.

Houve um suspiro geral de alivio ao ver o menino livre nos braços do pai. Mas ficaram consternados com o relinchar do cavalo ferido na anca a sangrar. Mas o boiadeiro Tonhão pulou para dentro do curral afastando a vaca e tomando o cavalo pelo cabresto e retirando para fora do curral, para cuidar da ferida, aos olhos lacrimosos da mãe do menino.

Ela gritava que o cavalo foi herói em se sacrificar para salvar seu filho, que devia tudo na vida ao cavalo. Nesta emoção pegou uma flor amarela e trouxe para junto do cavalo, alisando sua crina e querendo prender a flor nela, como prova de gratidão. Mas Paraná ao ver a flor, levou a boca e começou a comer aquela flor nas mãos da mãe do menino, que fez questão de registrar em foto, que a filha trêmula fez com o celular.  E repetia que Paraná é nosso Herói.

Toninho
14/04/2016
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Um bom fim de semana
para todos.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Doce contentamento.


Minh’ alma cheia de esperanças,
que renasceram no ultimo verão,
tal Como nas Bem-aventuranças,
felicidade que inunda o coração.

Mas é Outono, meu coração cala,
sobre folhas secas, mortas e frias,
onde piso e abaixo a minha mala,
carregada das minhas fantasias.

Caminho movido pela esperança,
como quem garimpa ouro no rio,
na certeza do encontro me lança,
no frenesi. Fico feliz, até sorrio.

Mas vem teu perfume no vento,
como a recriação da primavera,
que refaz o meu contentamento,
vem brilho nos olhos doce espera.

Toninho
07/04/2016
Outro canto meu: toninhobira.blogspot

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Uma semana linda
para todos.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Onde me levam os sonhos



Sonhei viajar pelas nuvens
como folha desgarrada
da arvore nua
pelo vento sul
no Outono.

Deixa que eu perambule sozinho
no mais lindo céu azul anil
ao som das trombetas
do alegre Serafim.

Preciso ir contigo pelas estradas
nem sempre tão floridas
mas lá, bem sabemos,
há amor sem fim

Agora vamos navegar, pelo verde
mar das montanhas Gerais,
que tocam o Céu azul.
Lá cantam cotovias
o canto mais belo.

Depois extasiados de encantos
tocar nas águas cristalinas
da cachoeira que lança
suas águas nas pedras
no lindo lago azul.

E quando em fim a noite chegar,
deitarei a minha cabeça
no teu colo perfumado,
olharei a lua cheia
nos teus olhos.
Flui a poesia.

Toninho

29/03/2016
Veja mais aqui toninhobira.blog
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