Zezinho nasceu e vivia a
infância feliz na roça, livre para ser criança, apenas vigiado pelos olhos da mãe com seus conselhos. Todos se conheciam pelo nome dos pais. Ele era
Zezinho de Sô Chico. Alem de brincar, as
atividades, como cuidar do galinheiro, molhar a horta, tratar dos animais. Nos
fins de semana a rotina às vezes era alterada com visitas de parentes da cidade, com suas
historias. Mas para ele, não eram mais importantes que as suas, mas ficava curioso com elas.
O que mais o alucinava era
ouvir sobre os elevadores, que levavam as pessoas que moram nas alturas e que
eram mais rápidos do que subir nas arvores. Para Zezinho era impensável uma casa sobre
a outra, com altura dez vezes maior que o pé de coqueiro. Este sonho ele levava
no seu embornal de curiosidades. Sempre questionava a mãe, se era verdade a tal
maquina e as casa sobre as outras.
Na época de uma vacinação na
década de 60, viajou para a casa dos parentes, para tomar a tal vacina. Seu coração
não cabia no peito. Depois da longa viagem, chega à cidade. Os olhos se maravilhavam
com tudo, carros, prédios, bonde e muita gente. Estranhou a pessoas sem as saudações cordiais
da roça. Ao chegar ao prédio, olhos embutiram entre alegria e medo. Segurava no
vestido mãe, o suor nas mãos, o coração agitado. Primeira viagem para as nuvens
com pessoas ainda mais estranhas mudas e sisudas que olhavam para o nada. Logo
pensou na roça e sentiu saudade da roça cordial, onde todos se cumprimentavam.
Após alguns dias já de volta
à roça, sentia dores no braço vacinado, que coçava como picada de formiga
mijona. Sua mãe cuidava colocando uma folha da horta. Feliz em sentir o ar fresco
pelos pulmões, falava com os pássaros os imitando, ouvia latidos de Capitão a brincar
com o porco. Brincou com o gato Xadrez lhe roçando as pernas. Seus olhos brilhavam
com lagrima de felicidade. Mas a mãe percebeu nos dias seguintes, que ele
ficava horas parado, olhando para o alto do coqueiro, como se visse ou procurasse
algum bicho.
Intrigada perguntou:
- O qui ocê tanto óia no arto
do coqueiro Zezinho?
_ Né nadica não mãe, é que
eu tava pensano no elevador cá na roça, mas quando nós tava lá no elevador pensava
na roça cá. Só isso mãe.
Toninho.
04/06/12
Outra participação no blog: escritosnalinguagemdocorpo.
Criar
uma historia baseada na frase de Carlos Drummond de Andrade:
No elevador
penso na roça, na roça penso no elevador.
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Informação:
Agora
peço a todos os amigos, que dediquem suas orações
à amiga Márcia Luconi, que enfrenta
a dor da perda de
seu marido, pelo qual oramos. Enviem forças para que
ela possa
refazer suas energias e voltar para nosso meio
e tocar sua vida, como deve ser.
Realmente não temos
palavras para essa dor, mas temos todo nosso carinho
para inundarmos os corações de nossos amigos.
Caro Toninho
ResponderExcluirUm conto encantador com a sua marca registrada. Você faz sempre com maestria. Saudade dessa gente de alma pura da roça.
A querida Luconi estamos irmanados com você em oração. Muita luz
Obrigada Toninho
Um lindo início de semana.
Caro Toninho
ResponderExcluirA minha filha mexeu no meu perfil. Não sei como cancelar e voltar ao que era antes. Vou tentar recuperar e depois volto.
Um abraço.
Quando estamos na cidade sonhamos com o campo, quando estamos no campo sonhamos com a cidade, mas penso que é porque precisamos dos dois para nos sentirmos completos.
ResponderExcluirSempre maravilhoso te ler, querido.
Beijinhos em vc e dê meus pêsames a sua amiga querida que perdeu o marido.A morte é sempre muito triste, por mais que nos digam que é a única certeza que temos.
Só pra enfatizar a volubilidade do ser humano.
ResponderExcluirE como sempre, é muito bom te ler. Parabéns! (:
Quanto a amiga Luconi, estamos em oração. Deus irá de ajuda-la a seguir. Desejamos toda força.
Uma ótima tarde de segunda-feira. Uma excelente e abençoada semana. Cheia de paz, luz e inspiração.
Grande abraço.
Tati.
http://tatian-esalles.blogspot.com.br/
Att.
Lindo seu conto amigo...a simplicidade da roça versus a modernidade da vida na cidade, é de se intrigar mesmo.
ResponderExcluirQue Deus dê alento a nossa querida amiga Luconi, que ela tenha forças de aceitar e seguir a vida adiante.
Beijos e boa semana amigo,
Valéria
Olá Toninho, parabéns pela participação, bacana o conflito entre a modernidade da cidade e a simplicidade da Roça! Abraços
ResponderExcluirOi Toninho!
ResponderExcluirJá vivenciei um fato parecido,Toninho.Quando moravámos na fazenda e tínhamos que levar alguém de lá para fazer algum tratamento no Rio,os pobres menininhos ficavam apavorados diante do elevador...e tenho certeza que preferiam subir nos coqueiros.
Belo conto,amigo.
Bjsssss,
Leninha
Adorei o conto!!
ResponderExcluirVamos enviar vibrações de paz e superação à nossa amiga Luconi. realmente, sem palavras para essa dor.
Abraços, amigo!♥
Que maravilha,Toninho. O homem e a insatisfação, o não saber o que quer...
ResponderExcluirLINDÍssimo...
E quanto à Luconi, estou pedindo forças e tudo de bom pra ela nessa hora triste. abração,chica
O homem é curioso e sempre desejante, nada o satifaz, e ,assim, vai movendo o mundo, para o melhor e para o pior.
ResponderExcluirQuanto a sua amiga, junto-me em oração para que supere com forças este momento de tristeza.
Somos eternos insatisfeitos...Sempre em busca de algo mais. Bjos achocolatados
ResponderExcluirA roça é paz...é uma vida diferente...é calmaria...
ResponderExcluirO texto fala do simples e esse simples é vida...
Amo esse seu jeito de falar de coisas simples com tanta profundidade!
ResponderExcluirA vida é mesmo assim, não é mesmo?! A dualidade entre a simplicidade da roça e o glamour da cidade.
Isso me fez pensar na saudade, que só existe em função de uma ausência, só sentimos saudade ou falta daquilo que não está ao nosso alcance..
Penso que esse menino pode ser cada um de nós que já viveu em momentos diferentes e nos recordamos com carinho deles..
É sempre um prazer diferenciado ler seus textos, me encanta sempre!
Bjs!!
VENHO DESEJAR UM DIA DE MUITO AMOR!
ResponderExcluirMUITOS AMORES,MUITOS BEIJOS,MUITOS CARINHOS E TUDO MUITO E DUPLICADO.e UM FELIZ DIA DOS NAMORADOS!
SEU TEXTO COMO SEMPRE,TRAZENDO A REALIDADE EM VIDA ...MAIS UM PARA REFLEXÃO...
DEIXO PARA A LUCONI UM BEIJO AZUL!!!!!!
PRÁ VC DEIXO UM BEIJO QUASSSSSSSSSSSSE ESPECIAL!!!!!!!
FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!!!!
Toninho,um conto muito interessante e beleza de participação!Que bom essa oração pela Marcia!Ela merece nosso amparo!bjs e boa semana!
ResponderExcluirTo ninho, quando não temos conhecimento e algo assim, logo ele se torna algo de "outro mundo".
ResponderExcluirBelo conto.
Xeros meu amigo e já enviei minha oração a Márcia e os seus.