Naquele caminho entre
arvores margeado pelo córrego Furtado, seguia o menino rumo à casa da Vó. A
casinha pequena para gente tão grande era o paraíso do menino em suas férias escolares
de julho e do fim de ano.
Seguia pelo caminho à
frente dos irmãos, queria ser o primeiro, a avistar a fumaça branca certeza de
comidas deliciosas, que a vovó preparava para os netos, naquela simplicidade de
roça. De um trecho do caminho avistava o jardim da casinha, onde a vó ficava a
olhar o caminho, para ver sua turma chegando.
Lá o menino se sentia
dono dos pés, andar pelo pomar, aproveitar as frutas da época, pescar e nadar
no córrego, cuidar da horta, limpar o caminho da agua, que corria pelas valetas
sob arvores até a porta cozinha, onde desaguava numa grande gamela¹. Agua pura
e fresca nascida entre pedras na pequena serra do terreno, onde cultivava as hortaliças
e alguns legumes. Diziam que a noite uma onça e outros animais desciam da serra
para beber agua.
Hoje olhando uma pintura,
o menino viaja nas lembranças vivas de um tempo de feliz idade e vem uma
nostalgia, saber que o avanço da mineradora destruiu todos os recantos, os rios
e córregos onde apenas uma agua escura de minério, sem peixes, sem vida corre deixando
um rastro de destruição em direção ao mar.
Da casa da vó ficou
apenas um quadro na parede e uma saudade que corrói.
Toninho
18/07/2023
Grato pela visita.
Muito lindo teu conto,Toninho!
ResponderExcluirA beleza e delícia das férias na casa dos avós... Que pena, em nome do progresso, tudo destruído por lá...Ainda bem ,além do quadro na parede, as lembranças boas e vivas no coração! abração, ótimo dia! chica
Bom dia de paz, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirTão linda sua lembrança!
A casa da minha avó também me gera muita lembrança. Ela era minha madrinha. Tinha uma quaresmeira e uma dormideira que me faziam parar e apreciar. Doces em compotas nos potes de vidro em cima dum buffet.
Casa de vó é nosso segundo lar.
Que bonito seu percurso e senti a saudade sua! Conto muito bem escrito.
Pena que tudo passa nesta vida!...
A música é bem bonita.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
Lindo conto em que a saudade eternizada neste aconchego de Vó. Mas também um grito contra o progresso destrutivo. Grata pela adesão, Boa noite,
ResponderExcluirbjssss
Bom dia, Toninho
ResponderExcluirLindo conto, um forte abraço.
Diante da realidade, refugia-se o menino nas doces das lembranças, de liberdade e afetos vividos no aconchego da lar da avó querida.
ResponderExcluirTempos felizes moram para sempre em nós.
Belo conto, amigo.
Abração,
Carmen
Amigo Toninho, seu conto me fez lembrar minha terrinha amada.
ResponderExcluirMas o desfecho foi triste 😢
Gostei de saber que viveu a preocupação de como trabalhar um blog. Dias felizes e muitíssimo obrigada pela firme presença viu?
Paz e luz 🙏
Voltei para aplaudir seu conto. Ficou muito real.
ResponderExcluirToninho
ResponderExcluirUm conto terno e que nos conduz à infância que nos deixou boas recordações.
Pena o desfecho que acabou com a pureza e beleza do local.
A imagem está muito bem a acompanhar a prosa poética.
Bom fim-de-semana.
:)
Um conto emocionante muito real, amigo Toninho.
ResponderExcluirAplaudindo daqui.
A saudade dói.
Tenha um abençoado fim de semana.
Um fraterno abraço.
Verena.
UAU Toninho que maravilha!
ResponderExcluirA pintura é um encanto! Bom fim-de-semana 😘
Boa tarde Toninho.
ResponderExcluirÉ meu amigo como me fez voltar ao passado com o seu conto, quanta saudade do tempo de infância e adolescência onde ia muito no interior e ficava muito próximo da natureza. Feliz fds. Abraços.