Pelourinho Salvador Bahia
Passam os anos, mas nos becos ainda se sente os doridos gritos
Esquecidos entre casarões e monumentos a dor ainda ecoa
Liberdades ali negadas, com corpos dilacerados tingiram a praça, com sangue.
Olodum rufando seus tambores anuncia festa, mas prenuncia
Um novo tempo sem chibatas, troncos e maldades, nas suas melodias
Rufam tambores todos dançam, enquanto negras mulheres trançam
Incríveis e interessantes desenhos afros nas cabeças brancas
No largo do Pelô, hoje as cores se misturam aos olhos desconfiados de Zumbi, que
Herói questiona: admiram a arquitetura, mas sabem da escravatura?
Olodum repiquem os tambores! Que os deuses negros já descem a ladeira.
Toninhobira.
Publicado no Recanto das Letras.
Um acróstico com a marca de seu talento inconfundível./ Lá em Mariana, cidade onde morei, o pelourinho é tratado como um monumento que só os guias turísticos dão notícia. A população sequer tem conhecimento de seu singnificado. Já foi ate mudado de lugar por estar "atrapalhando a praça da matriz". Abração. paz e bem.
ResponderExcluirNossa! Um acróstico belíssimo e emocionante encontrei aqui... Deuses nêgros... Isso é inspirador, porque eu os vejo sempre em meus sonhos... A escravatura é algo que me angustia, como se eu tivesse presenciado essa época tenebrosa, desumana... Amigo querido, bjsss
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