Poetizando e encantando um projeto da professora Lourdes que acontece aos domingos, quando ela oferece umas imagens para poetizar e lhe convido a conhecer e participar e conhecer as inspirações que por lá fluem, vamos lá: filosofandonavidaproflourdes. Minha imagem escolhida e inspiração um tanto saudosista pois fui menino lá do mato e com critica da devastação que o progresso impõe sobre a natureza. Confira.
Onde eu nasci passava
um rio cristalino,
com o nome Rio de
Peixes fora batizado,
nele banhava e pescava
desde menino,
o rio que passava os peixes
no passado.
O casarão era lindo de um branco total,
de longe podia ver sua varanda no azul
que se debruçava sobre o belo roseiral
mas tocar nas rosas era o fogo no paiol.
Lembranças deliciosas a branca fumaça,
traz de um fogão a
lenha sempre aceso,
caldeirão de ferro cozinhava
uma caça,
o cheiro bom exalava
naquele endereço.
Mas um dia meu rio
amanheceu doente,
vi peixes mortos
lançados no capinzal,
todas rosas murcharam
estranhamente,
lagrimas rolavam
diante ato irracional.
Da varanda via o rio
secar lentamente,
ja as anelas azuis fecharam na solidão,
vi a borboleta vir bailar tão docilmente,
pousou no meu ombro
como consolação.
O rio que passava o peixe já não existe.
No leito só seixos
se salientam polidos,
nas rodas do carro de
boi a gemer triste.
O menino ouve os chuás-chuás
contidos.
Toninho
05/08/2018
No outro blog tem poesia nova:toninhobira.blogspot
Para todos
um feliz
domingo
Uma semana de paz.
Um triste grito contido na tua bela poesia! Uma pena que seja verdade: os nossos rios de outrora estão doentes...Até mares assim estão! Até quando? Fico pensando no que vai sobrar pra meus bisnetos e seus filhos? Tomara sobre algo legal como o que conseguimos ainda ver e mostrar aos filhos e netos. abração, chica
ResponderExcluirBoa tarde amigo! Quantas lembranças boas essa foto lhe trouxe. Que bela poesia, com uma descrição que passa aos nossos olhos um lindo filme. Parabéns amigo pela bela poesia! mais uma majestosa participação. Abraços
ResponderExcluirOlá amigo Toninho! Mais uma exuberante poesia! Mais uma participação que nos encanta. Vejo que a imagem aflorou lembranças da casa onde nasceu e viveu quando criança. Lindas lembranças que poderiam ser perfeitas se não fosse o triste acontecimento de ver que o rio já não tinha a mesma vitalidade, que os peixes estavam morrendo. A poluição amigo que vem acabando com o meio ambiente.
ResponderExcluirComo deve ser triste essa sena
O rio que passava o peixe já não existe.
No leito só seixos se salientam polidos,
nas rodas do carro de boi a gemer triste.
O menino ouve os chuás-chuás contidos.
Amigo és um grande poeta e interpretasse lindamente a imagem escolhida. Foste o primeiro a escolher essa imagem e ficou linda sua poesia. Parabéns! obrigada por mais uma vez participar da BC. Seja sempre bem vindo. Tenha um início de semana de muita paz.Abraços
A música do Milton Nascimento- VIDA foi uma perfeita escolha.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa Tarde, querido amigo Toninho!
Excluir“… no quadro sensível do poema vejo para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu reino, a minha vida.”
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Cumprimentos poéticos por tão nobre poema em louvor à fase 'melhor' (mais pura e feliz na inocência de tão ternos amores) da nossa vida que, por coincidência foi à casa dos pais na infância.
Passei pelo Rio Doce neste mês de Julho por 4 vezes e vi, com alegria, que estava mais limpo.
Oxalá os rios fiquem translúcidos de paz e vida que flui tanto no sentido literal como figurado pois precisamos desta paz serena que a vida do interior nos ensina de graça e, na gratuidade do Amor, vamos tentando mesmo que às apalpadelas, ser mais felizes e dotados de pacificação na alma como um todo.
É possível a vida plena e em abundância!
(Jo 10,10)
Que tenhamos doces consolações pelas saudades que nos detonam pouco a pouco no contemplar da natureza bela e estonteante que nos cerca junto ao mar que nos acalma!
Tenha dias abençoados e felizes, meu amigo da paz e de bondade imensa para com todos!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem
"O amor bateu na porta
ExcluirEu de dentro respondi
Minha casa é aberta
Pode entrar, estou aqui"...
Pode bater de novo e sempre, digo eu.
P.S. Vi, com tristeza imensa, nesta semana, um incêndio criminoso em área do interior para construção de prováveis arranha céus... Lástima!
A beleza do rio cristalino, dos peixes vivos, do fogão á lenha a comida boa sem conservantes, a paz da natureza, agora na tua poesia. Linda participação Toninho
ResponderExcluirOlá Toninho,
ResponderExcluirtodos nos passamos por essa inquietação ao ver desaparecer os quadros que tranquilizavam a nossa infância, e pensamos que vamos deixas as próximas gerações? não haverá maneira de salvar o trabalho que a mae natureza preparou durante milhões de anos ! a tristeza invade-nos por sermos tao ineficazes na proteção do que nos dá vida,
parece mentira que isso possa acontecer
bonito texto Toninho, com palavras bem escolhidas e bem colocadas !
abraço
Angela
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Uma bela inspiração , Toninho , mas com um final triste ao ver secar o rio e o menino a ouvir os chuás , chuás contidos: O rio que passava o peixe já não existe.
ResponderExcluirTambém a música de Milton Nascimento veio a enriquecer sua participação com uma letra bem condizente com o tema . Como sempre, um show de participação. Abraços .
No leito só seixos se salientam polidos,
nas rodas do carro de boi a gemer triste.
O menino ouve os chuás-chuás contidos.
Uma realidade triste , porém e real belamente expressa em seus poema cheio de saudade de um tempo onde os rios tinham água cristalina.Um participação digna de palusos totais!]
ResponderExcluirBoa e abençoada semana!
Bjs no coração!
Bom dia. Uma inspiração brilhante:)) Adorei :))
ResponderExcluirBjos
Votos de uma óptima Segunda- Feira
Um poema biográfico, emocionante no seu puro realismo.
ResponderExcluirO casarão a que se refere, bordado de um rosal, deverá ser a casa dos pais de Drummond de Andrade, que eram seus vizinhos e que teve que ser abandonada.
É, de faco, muito triste...
Drummond chorou na Montanha Pulverizada...
«O maior trem do mundo
Leva minha terra
Para a Alemanha
Leva minha terra
Para o Canadá
Leva minha terra
Para o Japão» ...
Foi explicado que era a favor do desenvolvimento do Brasil... ironia do destino...
Itabira sem o Rio dos Peixes, sem as suas cachoeiras e sem a Montanha de Cauê ficou completamente descaracterizada...
Restam as doces lembranças, essas ninguèm as pode roubar... estão sempre no coração e mente dos meninos de então... o meu amigo mineirinho, o poeta Toninhobira canta-as em magoadas e doces trovas de saudade.
Fico sempre enternecida com estes poemas, em que o menino que há em si, evoca o tempo em que foi menino com poucos recursos materiais, mas livre e muito feliz.
Grande abraço, querido poeta... Sem o seu incentivo e carinho, eu nunca abriria um blogue e jamais tentaria escrever poemas.
Uma semana de paz e contentamento.
Beijos gratos, mineirinho
~~~~
Corrijo... 'é, de facto, muito triste'...
ExcluirSe é! Bj
Um poema muito belo e a lembrar-nos que não haverá sempre um rio para saciar a nossa sede, se continuarmos a não respeitar a Natureza.
ResponderExcluirUma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.
Oi Toninho! Acho que eu nasci no lugar errado...kkk...sua poesia me fez chegar até esse lugar cheio de natureza! Adorei sua participação! Bjs e boa semana,
ResponderExcluirSua arte de bem "poetar" não é contida em beleza e a gente agradece!
ResponderExcluirGosto do som!!!
...
Ando meia ausente pois tenho a filha hospitalizada com uma bactéria no intestino mas assim que sentir ânimo ... regressarei em força!!!
...
bj
Bom dia Toninho!
ResponderExcluirQue lugar incrível onde você nasceu,e esse suave murmurio do Rio dos Peixes que tanto nos encanta,pena não ser mais assim.
Amei ler.
Bjs-Carmen Lúcia.
Olá amigo Toninho! Como estou sentindo sua ausência nos comentários, mesmo tendo participando lindamente, me preocupei se está bem. Espero que sim, que esteja bem e que nada tenha acontecido. Fica na paz de Deus.
ResponderExcluirOi Toninho! Cá estamos a ler mais um de seus belos textos, apesar da tristeza, tambem exalar suas memorias. Pude imaginar esse belo lugar das gerais, e como tem por aqui paradisíacos lugares, dignos do céu! Como Nasci e fui criado em Belo Horizonte, meu recurso era ir para os interiores a fim de conhecer melhor nossa linda terra. Os peixes se foram, mas o menino ficou e ainda ouve as águas. Grande abraço.
ResponderExcluirA poesia de um doce passado, levado junto com o rio, com o chuá-chuá sufocado, morto pelo mal, dito, progresso. Resta o versar, o poetizar e encantar, ainda que chorem os versos.
ResponderExcluirUm abraço e uma boa semana.
Um poema belíssimo... que me fez recordar uma praia fluvial, muito frequentada nas minhas férias da juventude, numa zona verdejante... que não existe mais... o verde se perdeu em múltiplos incêndios... e a exploração do rio, nessa zona, em que se passaram a retirar areias... desfigurou por completo, o cenário natural...
ResponderExcluirAdorei esta sua participação, Toninho... tão sentida e especial!
Deixo um beijinho e um forte abraço! Pois dentro de alguns dias, ir-me-ei então ausentar finalmente, para férias... que sofreram alguns dias de atraso, devido a algumas consultas da minha mãe, que tiveram de ser remarcadas...
Tudo de bom, e até breve, Toninho!
Ana
Oi Toninho
ResponderExcluirEstou aqui a imaginar a alegria desse mineirinho ainda na tenra infância tomando banhos nesse rio de águas cristalinas assistir com lágrimas nos olhos a devastação do seu espeço tão amado sucumbir mediante a ganância humana que não mede esforços para destruir as dádivas da natureza em prol de seus abjetos desejos de poder e riqueza
São memórias tristes e doridas mas que lhe inspirou um poema significativo e cheio de sentires afetuosos. Meus aplausos pra você querido vizinho
Grande beijo e uma feliz semana
Obrigada amigo pela atenção para com todos os participantes! Que bom saber que estejas bem. Seja sempre bem vindo. Abraços
ResponderExcluirSão memórias agradáveis na mente,ao mesmo tempo triste por tudo se perder.
ResponderExcluirMuitos tem memórias para lembrar, apenas para se lembrar...porque o homem ferino anda acabando com o planeta.
Muito lindo seu poema amigo.
Parabéns!
Abraços!
https://poemasdaminhalma.blogspot.com/
ResponderExcluirÕlá caro Toninho!
Belíssimo poema, que se enquadra com a pura realidade de hoje.
Nostálgico e sentimental que nos alerto para os perigos do nosso planeta.
Excelente inspiração e reflexão...Parabéns amigo!
Beijinho e paz e luz.
Luisa
Lindo demais,amigo Toninho.
ResponderExcluirBela participação com seu poetar sobre a devastação que pode exterminar com a obra perfeita e presente que Deus nos legou.
Amei tudo,o vídeo e imagem também.
Adorei!
Estou com problemas para acessar os blogs pelo celular e com pouquíssimo tempo para a Net.
Postando pouco,sempre que dá.
Obrigada pela visita e,assim que meu marido se recuperar das 3 cirurgias feitas em fevereiro e março de 2018,tudo voltará ao normal,se Deus quiser.
Beijos sabor carinho e uma semana com muitas bênçãos!
Obs: Desculpe a mensagem copiada,mas é o que consigo agora para agradecer quem me visita e comenta.
Donetzka
Blog Magia de Donetzka
Boa tarde Toninho,
ResponderExcluirTão belo este poema que fala de uma realidade que em Portugal se tem verificado no Rio Tejo próximo da sua entrada em Portugal onde descargas de fábrica de celulose têm sido responsáveis por morte de milhares de peixes.
Este assunto que afecta gravemente o ambiente e suas populações não pode ser calado.
Um beijinho e continuação de uma semana abençoada.
Ailime
Bom dia Toninho.
ResponderExcluirA natureza é tão linda. Infelizmente as pessoas as destrói e nunca se apaga da memória os peixes mortos pela maldade do ser humano e da sua ambição. Um lindo poema apesar do triste fim. Das lágrimas sentidas de um rio lindo destruído. Eu amo a natureza e as pessoas mesmo sabendo do quanto podem ser cruéis contra a natureza, animais, idosos e pessoas que depositam confiança; ainda acreditando que todos devem ter uma segunda chance. Triste ilusão. Quem destróiu esse lindo rio faria de novo se lhe desse uma nova oportunidade. Mesmo sabendo das mortes e estragos que fizeram ao rio não mas existir mais. Um lindo dia. Abraços.
Belíssimo e saudoso o teu poema! Essa partilha, também, me levou ao passado, no tempo em o inverno era constante e rios, açudes eram todos cheios, a farra no fim de semana no sítio dos meus avós era um prazer só, diversão a valer, hoje nada disso temos mais.
ResponderExcluirBeijos!
Uma poema carregado de doces lembranças e maravilhosas vivências
ResponderExcluirUma inspiração fabulosa, Toninho
Beijokinhas
Olá, Toninho!
ResponderExcluirLinda inspiração. Acho que uma simples imagem pode 'cutucar' fundo o nosso subconsciente, e trazer à tona as melhores lembranças - não sei bem o motivo, mas acho que seu poema fala de algumas lembranças reais.
Abraços!
Oi Toninho,
ResponderExcluirO poema retrata uma
verdade tão dolorida...
Parabéns pela criatividade
na composição.
Bjs!
CONVITE PARA O POETIZANDO E ENCANTANDO
ResponderExcluirOlá! Boa noite!
Embalada no pensamento poético de Vinicius de Moraes, que diz:
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Vamos nos encontrar mais uma vez poetizando e encantando os nossos amigos e amigas participantes e visitantes com nossos versos.
Peço desculpas a todos pois tive que postar o poetizando nesta noite porque amanhã será o aniversário da minha netinha Beatriz e ficarei ausente. Provavelmente, só adicionarei os links e atualizarei as visitas no Domingo. Espero que me entendam, caso contrário, essa edição seria adiada para a próxima semana.
Deixo esse lindo pensamento do Carlos Drummond de Andrade, para colorir as nossas páginas.
“O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar”.
Abraços da amiga Lourdes Duarte
Um grito, um lamento. Saudade do que existiu e alerta para tantas destruições. Feliz dia dos pais.
ResponderExcluirSabe tão bem recordar os nossos tempos de infância.
ResponderExcluirMaravilhosa partcipação.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Cara, embarquei na maria fumaça
ResponderExcluirda sua história e até o chuá das
águas chorando às margens eu ouvi
antes da seca chegar. Paz às bor-
boletas que se foram e às que não
tardarão, lá estarem.
Um abraço, Mineirinho.
.