Todos
os dias pela manhã o mesmo ritual, ao grito do jornaleiro, Cuca serelepe corria
até a varanda e pegava o jornal, para levar até seu dono, que lhe agradava com
um carinho, ou às vezes com pedaço de pão ou bolo da mesa de café.
Foram
longos anos nesta convivência amiga, que a todos encantava pela mansidão e
fidelidade a família. Mas como tudo, ela foi ficando decadente e lenta, já não
corria pela casa e já não era despertada pelo grito do jornaleiro.
Foram
intermináveis visitas ao veterinário e nada de descobrir, que mal a incomodava
além da idade avançada. Até que numa manhã, ao ouvir o grito do jornaleiro,
Cuca se levantou da caminha e correu para a varanda e veio com o jornal na boca
como sempre fazia.
Naquele
dia Cuca foi fotografada pela dona, que procurou emoldurar a foto para
exposição na sala da casa, o que deixava a cuca sempre curiosa, ao passar pelo
quadro na parede da sala, às vezes latia, outras ficava fixa olhando a imagem.
Mas
numa certa manhã já bem idosa, ela foi encontrada sem vida justamente debaixo
do quadro na parede.
Houve
tristeza, mas a gratidão pela convivência superou este esperado momento e hoje,
esta fotografia na parede é o consolo da família e a saudade não dói.
Toninho
25/06/2025
Grato pela leitura.
Boa tarde friorenta, querido amigo Toninho!
ResponderExcluirQue lindo conto emocionante retratando um pouco ou tudo do vivido pela saudosa Cuca da Chica!
O retrato na parede é uma boa recordação de quem nos foi fiel.
Ainda me lembro do meu Sansão, morreu aos meus pés e já tem 21 anos, nunca mais quis ter outro, dói muito.
Seu estilo de conto é muito emotivo e sensível.
Tenha um anoitecer abençoado com os cuidados climáticos!
Beijinhos fraternais de Paz
Bah, que lindo,Toninho! Emocionante! São muitas as saudades de nossas CUCAS. O mundo dos meus blogs só conheceu a CUCA II, mas tivemos a n.1, que durou 15 anos. A 2, durou 14.
ResponderExcluirSempre pensamos, falamos nelas com saudades e ao mesmo tempo alegria pelos lindos momentos de alegria que nos deram!
Ficou um amor, adorei, Toninho!
Emocionante!
OBRIGADÃO! abração, chica
É esse o destino de todos os seres vivos. Mesmo que o esperemos não podemos deixar de nos inquietarmos e sofrermos.
ResponderExcluirAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Olá, Toninho
ResponderExcluirBela resposta ao desafio da amiga Chica.
Os cães são animais muito fiéis e amam os
seus donos. Quando inseridos na família é
uma alegria.
Infelizmente, a idade não perdoa. Mas fica a
recordação.
Abraço
Olinda
Eu tive quatro cachorros dessa raça - Cocker Spaniel - São muito bonitos e dóceis e ótimos caçadores.
ResponderExcluirTeu conto mostra fielmente as atitudes dos cães com os seres humanos.
Ah! Hoje foi o dia de me machucar ouvindo o Elvis, meu rei eterno, amor e saudades!. Logo de manhã minha filha trabalhando, clicou numa playlist e logo o Elvis cantando. Fiquei tão saudosa que dor eu sentia! Agora vindo aqui encontro o Elvis num vídeo nunca visto e nunca ouvido por mim e muito trágico. Juntando tudo mais a Cuca através da tocante homenagem que você fez, foi só tristeza! Mas a vida está aí acontecendo e nós já cansadinhos dos anos que nos pesam continuamos fortes e firmes e cheios de fé, não é? Abração amigo!
ResponderExcluirOlá Toninho!
ResponderExcluirTão lindo seu conto, sensível e comovente. Evoca tantas lembranças... sabemos que tudo o que tem início, um dia terá fim, mas com nossos bichinhos de estimação a história é outra, não é? A gente sofre... e muito.
Abraço.